Erdogan condena "golpe na paz e estabilidade regionais"

O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, denunciou hoje a invasão da Ucrânia pelo exército russo como "um golpe na paz e estabilidade regionais" e reiterou o apelo para que o conflito seja resolvido "através do diálogo".

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Paulo Nogueira
24/02/2022 16:17 ‧ 24/02/2022 por Paulo Nogueira

Mundo

Guerra na Ucrânia

"Rejeitamos esta operação inaceitável", disse Erdogan numa declaração transmitida pela televisão turca, após ter presidido a uma reunião do Conselho de Segurança turco, citada pela agência francesa AFP.

Erdogan pediu que o conflito na região ucraniana do Donbass seja resolvido "através do diálogo, no quadro dos acordos de Minsk" assinados em 2014 e 2015.

O chefe de Estado turco disse que falou hoje de manhã com o seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, a quem "reiterou o apoio da Turquia à luta da Ucrânia para proteger a sua integridade territorial".

Erdogan já tinha falado, na quarta-feira, com o Presidente russo, Vladimir Putin, a quem disse que a Turquia nunca reconhecerá "qualquer medida que afete a soberania e a integridade territorial da Ucrânia".

Putin justificou hoje o ataque com um "pedido de ajuda das autoridades das repúblicas de Donetsk e Lugansk", na região ucraniana do Donbass, cuja independência reconheceu na segunda-feira.

A Turquia integra a Organização do Tratado da Aliança Atlântica (NATO) e é uma aliada próxima da Ucrânia, mas também está ligada a Moscovo por numerosos acordos comerciais.

"Lamentamos sinceramente ver um confronto entre a Rússia e a Ucrânia, com as quais temos estreitas relações políticas, económicas e sociais", disse o Presidente da Turquia.

"Faremos o que for preciso para proteger a segurança de todos aqueles que vivem na Ucrânia e dos nossos irmãos tártaros", disse Erdogan, referindo-se à minoria de língua turca na Crimeia, a península ucraniana anexada por Moscovo em 2014.

Erdogan não comentou o pedido das autoridades de Kiev de fechar de fechar o Estreito do Bósforo aos navios de guerra russos e permitir a passagem de navios dos aliados da Ucrânia.

A Turquia tinha anteriormente apelado à Rússia, numa declaração da Presidência e do Ministério dos Negócios Estrangeiros, para pôr termo à sua intervenção "injusta e ilegal" na Ucrânia "o mais rapidamente possível".

"É uma grave violação do direito internacional", lê-se na declaração, citada pela agência espanhola EFE.

O Governo turco também reiterou a sua oposição a "qualquer mudança de fronteiras pela força das armas" e o apoio à "unidade, soberania e integridade territorial da Ucrânia".

A Turquia faz fronteira com o Mar Negro como a Rússia e a Ucrânia.

Leia Também: Kiev pede à Turquia que encerre espaço aéreo e marítimo aos russos

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