"Estamos extremamente preocupados com a escalada da ação militar na Ucrânia e a deterioração da situação humanitária", afirmou António Vitorino, em comunicado, na sequência do ataque russo iniciado esta madrugada em três frentes da Ucrânia.
Reiterando o apelo do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, para a "cessação imediata das hostilidades" e "a proteção de civis e infraestruturas civis", Vitorino garantiu que a OIM vai continuar a operar "de forma neutra e imparcial, priorizando o imperativo humanitário", assim como a ONU e a comunidade humanitária.
Estas organizações estão "empenhadas em permanecer e prestar assistência vital ao povo da Ucrânia e estão prontas para responder às necessidades humanitárias emergentes no país e na região, em estreita coordenação com governos e parceiros", sublinhou.
O secretário-geral da OIM lembrou ainda que o conflito na Ucrânia já dura há oito anos, quando a Rússia anexou a Crimeia, em 2014.
Nesses oitos anos foram deslocadas "mais de 1,4 milhões de pessoas, que agora dependem de assistência para atender às suas necessidades diárias", referiu António Vitorino, acrescentando que o novo conflito "só vai aprofundar as necessidades humanitárias e agravar o sofrimento de milhões de famílias".
A Rússia invadiu, hoje de madrugada, a Ucrânia, fazendo ataques aéreos em todo o país, incluindo na capital, Kiev, e avançando com forças terrestres em três frentes: a partir do norte, do leste e do sul do país.
A invasão foi explicada pelo Presidente da Rússia, Vladimir Putin, com a necessidade de proteger civis de etnia russa nas repúblicas separatistas de Donetsk e Lugansk, que reconheceu como independentes na segunda-feira.
Depois do reconhecimento, Putin autorizou o exército russo a enviar uma força de "manutenção da paz" para Donetsk e Lugansk, referindo, na quarta-feira, que os líderes das autoproclamadas repúblicas separatistas pró-Rússia tinham pedido ajuda para "repelir a agressão" dos militares ucranianos.
O Ocidente acusa Moscovo de quebrar os Acordos de Minsk, assinados por Kiev e pelos separatistas pró-russos de Donetsk e Lugansk, sob a égide da Alemanha, França e Rússia.
Estes visavam encontrar uma solução para a guerra entre Kiev e os separatistas apoiados por Moscovo que começou em 2014, pouco depois de a Rússia ter anexado a península ucraniana da Crimeia.
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