"A EUAA tem trabalhado muito de perto ao longo das últimas semanas e meses em conjunto com a Comissão Europeia, outras agências da UE, bem como Estados-membros, a fim de estar preparada para qualquer cenário em que o conflito armado na Ucrânia possa levar a um súbito aumento de indivíduos que procurem proteção internacional na UE", indica a estrutura, em comunicado hoje divulgado.
Juntando-se "à comunidade global na condenação da invasão armada não provocada da Ucrânia", a EUAA diz também estar "à disposição dos Estados-membros que possam ser afetados, a fim de apoiar o acolhimento, registo e processamento dos requerentes de asilo na UE".
"Uma vez que a agência continua a acompanhar os desenvolvimentos juntamente com os nossos parceiros, tal planeamento está pronto a ser posto em prática", adianta o organismo recentemente criado, que veio substituir o Gabinete Europeu de Apoio em matéria de Asilo.
Para a EUAA, as ações militares russas contra a Ucrânia "não têm lugar num sistema internacional em que se espera que as nações resolvam as diferenças através de meios diplomáticos, no espírito de respeito mútuo pelas vidas humanas e pela soberania nacional".
"O conflito armado apenas conduz ao sofrimento humano e à trágica perda de vidas humanas", condena ainda.
Esta madrugada, os chefes de Governo e de Estado da UE chegaram a acordo sobre "sanções em massa" que serão "dolorosas para o regime russo", anunciou hoje o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, em conferência de imprensa.
A decisão foi tomada numa cimeira de urgência em Bruxelas dos chefes de Governo e de Estado da UE, entre os quais o primeiro-ministro português, António Costa, que disse aos jornalistas portugueses que a União expressou a solidariedade que pode dar à Ucrânia, designadamente com novas sanções maciças a Moscovo, pois "não é uma organização militar".
Também falando à imprensa, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que as novas sanções da UE à Rússia, aprovadas esta madrugada pelos líderes europeus, terão "máximo impacto na economia russa e na elite política".
A líder do executivo comunitário elencou que estão, então, abrangidos "o setor financeiro, energético, dos transportes, a proibição do financiamento das exportações e a política de vistos".
No que toca aos refugiados, está previsto que a Comissão Europeia elabore um plano de contingência, indicaram fontes europeias à Lusa.
A Rússia lançou na madrugada de quinta-feira uma ofensiva militar em território da Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocou pelo menos meia centena de mortos, 10 dos quais civis, em território ucraniano, segundo Kiev.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa "desmilitarizar e desnazificar" o seu vizinho e que era a única maneira de o país se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário, dependendo dos seus "resultados" e "relevância".
O ataque foi de imediato condenado pela generalidade da comunidade internacional.
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