A Hungria, que faz fronteira a oeste com a Ucrânia, assumiu no passado uma posição firme contra todas as formas de imigração e tem-se recusado a aceitar refugiados e requerentes de asilo do Médio Oriente, de África e da Ásia.
No entanto, o Governo publicou, na quinta-feira à noite, um decreto que abre as portas do país a ucranianos e a cidadãos de países terceiros residentes legalmente na Ucrânia, o que permite, por exemplo, que os refugiados bielorrussos que vivem na Ucrânia recebam proteção na União Europeia.
O primeiro-ministro, o ultranacionalista Viktor Orban, disse que a Hungria não participará no conflito entre a Rússia e a Ucrânia, mas que aceitará os refugiados que cheguem às suas fronteiras.
Vários países europeus, sobretudo os mais próximos da Ucrânia, estão já a receber ou preparam-se para acolher milhares de refugiados, na sequência do ataque russo iniciado na madrugada de quinta-feira em três frentes daquele país.
Na Hungria, que tem 136 quilómetros de fronteira terrestre com a Ucrânia, os alertas sobre a possível chegada de milhares de refugiados ao país em caso de guerra já duram há vários dias e, durante a quinta-feira, a televisão pública informou que muitos jovens já estavam a caminho.
Viktor Orbán considerou que a vaga de refugiados desta guerra será pior do que a causada pelas guerras da década de 1990 na ex-Jugoslávia.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram pelo menos mais de 120 mortos, incluindo civis, e centenas de feridos, em território ucraniano, segundo Kiev. A ONU deu conta de 100.000 deslocados no primeiro dia de combates.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa "desmilitarizar e desnazificar" o seu vizinho e que era a única maneira de o país se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário, dependendo de seus "resultados" e "relevância".
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), União Europeia (UE) e Conselho de Segurança da ONU, tendo sido aprovadas sanções em massa contra a Rússia.
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