Na declaração, 21 membros da OEA "condenam veementemente a invasão ilegal, injustificada e não provocada da Ucrânia pela Federação Russa e pedem a retirada imediata da presença militar".
A OEA criticou também "o reconhecimento ilegal pela Rússia" das autoproclamadas repúblicas separatistas de Donetsk e Lugansk, o que alegou representar "uma violação da integridade territorial e da soberania" da Ucrânia.
O embaixador brasileiro junto da OEA, Otávio Brandelli, declarou que o Brasil, membro não permanente do Conselho de Segurança da ONU, está muito preocupado com a decisão da Rússia de enviar tropas para a Ucrânia.
A Rússia não tem "o direito de usar a força e ameaçar a integridade territorial e a soberania de outro Estado", mas as preocupações russas, "principalmente relacionadas com o equilíbrio de tropas e armas estratégicas no contexto europeu", devem ser levadas em conta, acrescentou Brandelli.
A representante da Argentina, Maria Cecilia Villagra, leu um comunicado, emitido na sexta-feira por Buenos Aires, no qual expressa a "mais forte rejeição do uso da força armada e lamenta profundamente" a situação na Ucrânia.
Também a Nicarágua, que em novembro pediu para deixar a OEA, e a Bolívia não estiveram entre os apoiantes da declaração, que foi assinada por Gustavo Tarre Briceño, representante da oposição da Venezuela.
Numa intervenção, Tarre Briceño voltou ainda a condenar a invasão à Ucrânia e avisou os países-membros da OEA sobre a expansão militar russa na Venezuela e na América Latina.
A Rússia e a Ucrânia são observadores permanentes da OEA.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram pelo menos mais de 120 mortos, incluindo civis, e centenas de feridos, em território ucraniano, segundo Kiev. A ONU deu conta de 100.000 deslocados no primeiro dia de combates.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa "desmilitarizar e 'desnazificar'" o seu vizinho e que era a única maneira de o país se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário, dependendo de seus "resultados" e "relevância".
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), União Europeia (UE) e Conselho de Segurança da ONU, tendo sido aprovadas sanções em massa contra a Rússia.
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