Ao terceiro dia do lançamento de uma invasão pelo Presidente russo, Vladimir Putin, os combates que opõem as forças russas e ucranianas decorrem na avenida da Vitória, uma das artérias principais de Kiev, algumas horas após um apelo dramático para a mobilização lançado por Volodymyr Zelensky.
O Presidente ucraniano assegurou que "armas e equipamento dos parceiros estão a caminho da Ucrânia", evocando uma "coligação antiguerra (que) funciona", após uma conversa com o homólogo francês Emmanuel Macron. Este último considerou que estaa guerra "durará".
"Em Kiev, prosseguem violentos combates. O exército ucraniano repele os sabotadores russos", indicou hoje de madrugada o serviço ucraniano de comunicações especiais.
Tiros de artilharia e de mísseis ouvem-se esporadicamente no noroeste de Kiev, segundo os jornalistas da agência France-Presse (AFP) no local.
Um grande prédio residencial da capital foi atingido pelo lançamento de um míssil, afirmaram as autoridades ucranianas, que não forneceram ainda o balanço.
As forças ucranianas deram também conta de "violentos" combates a 30 quilómetros a sudoeste da capital, onde os russos "tentam desembarcar paraquedistas".
A população foi instada a pegar em armas por Volodymyr Zelensky, que jurou ficar na capital.
Na Facebook, o exército de terra ucraniano disse ter destruído uma coluna de cinco veículos militares russos, entre os quais um tanque, na avenida da Vitória.
Durante a noite, as autoridades anunciaram um ataque russo contra uma central elétrica no bairro de Troieshchyna, a nordeste de Kiev.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram pelo menos mais de 120 mortos, incluindo civis, e centenas de feridos, em território ucraniano, segundo Kiev. A ONU deu conta de 100.000 deslocados no primeiro dia de combates.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa "desmilitarizar e 'desnazificar'" o seu vizinho e que era a única maneira de o país se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário, dependendo de seus "resultados" e "relevância".
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), UE e Conselho de Segurança da ONU, tendo sido aprovadas sanções em massa contra a Rússia.
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