A Alemanha vai enviar armamento à Ucrânia para a ajudar o país a defender-se da invasão militar e vai também apoiar a exclusão da Rússia do sistema bancário SWIFT, numa mudança de posição em relação ao que tem defendido nos últimos dias.
"A invasão russa da Ucrânia marca um ponto de viragem. Ameaça toda a nossa ordem do pós-guerra”, afirmou o chanceler alemão Olaf Scholz, em comunicado. "Nesta situação, é nosso dever fazer o nosso melhor para ajudar a Ucrânia a se defender contra o exército invasor de Vladimir Putin."
O país vai enviar mil lança-roquetes e 500 misséis do tipo 'stingers'.
Esta decisão marca uma rutura política e surge depois de Berlim ter sido fortemente criticada nas últimas semanas pelas autoridades ucranianas por se recusar a entregar armas a Kiev.
O Governo alemão tem-se defendido com base na política restritiva seguida pelo país desde o pós-guerra, proibindo as exportações de equipamentos "letais" para zonas de conflito.
Algum deste equipamento militar será entregue à Ucrânia pelos Países Baixos e outro pela Estónia, que o adquiriram à Alemanha e precisavam de luz verde de Berlim para poder reexportá-lo para Kiev, explicou uma fonte governamental citada pela agência France-Presse.
O Governo alemão anunciou também o envio para a Ucrânia de 14 veículos blindados, bem como de 10.000 toneladas de combustível, que serão entregues "via Polónia".
"Outras medidas de apoio estão neste momento a ser estudadas", disse a fonte governamental.
"Após o ataque descarado da Rússia, a Ucrânia deve ser capaz de se defender", referiram a ministra dos Negócios Estrangeiros alemã Annalena Baerbock e o ministro da Economia, Robert Habeck. “O governo federal está, portanto, a apoiar a Ucrânia no fornecimento de material necessário com urgência."
Outros países, como a Bélgica e a Holanda, anunciaram também hoje o envio de armamento e combustível para a Ucrânia, respondendo a um pedido de ajuda de Kiev.
A Rússia invadiu a Ucrânia através da Bielorrússia ao norte, da Crimeia, território ucraniano que anexou em 2014, ao sul, e através do seu próprio território a nordeste e leste.
As autoridades ucranianas disseram hoje que pelo menos 198 pessoas foram mortas, incluindo civis, desde o início da invasão russa.
O ataque russo tem sido amplamente condenado em todo o mundo e vários países, com destaque para os ocidentais, aprovaram sanções económicas para punir o regime de Moscovo.
Der russische Überfall markiert eine Zeitenwende. Es ist unsere Pflicht, die Ukraine nach Kräften zu unterstützen bei der Verteidigung gegen die Invasionsarmee von #Putin. Deshalb liefern wir 1000 Panzerabwehrwaffen und 500 Stinger-Raketen an unsere Freunde in der #Ukraine.
— Bundeskanzler Olaf Scholz (@Bundeskanzler) February 26, 2022
[Notícia atualizada às 19h01]
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