Liga Árabe pede que partes envolvidas no conflito cheguem a acordo
A Liga Árabe afirmou hoje entender as posições de "todas as partes" envolvidas no conflito na Ucrânia e exortou-as a "chegarem a um acordo sem recorrer à força militar", na sua primeira reação desde o início da invasão russa.
© Lusa
Mundo Ucrânia
"Nós entendemos as posições de todas as partes, que são partidos amigos. Nós acreditamos que é necessário intensificar os esforços para chegar a acordos que satisfaçam todos sem recorrer à força militar", disse Hossam Zaki, assistente do secretário-geral da organização, Ahmed Abul Gueit, ao iniciar uma reunião de delegados dos países-membros.
Zaki acrescentou que os membros da organização, composta por 22 países - embora a Síria tenha sua adesão suspensa desde 2011 -, consideram urgente "que todos os países e organizações que desejem a paz trabalhem rapidamente para interromper a escalada e não a alimentar".
O responsável também expressou a esperança de que "cada parte assuma a sua responsabilidade" e que os esforços se concentrem em "evitar aos civis as consequências da deterioração da situação de segurança, com o compromisso de todos com a necessidade de respeitar o direito internacional".
Hossam Zaki também pediu uma ação internacional "séria" para acabar com a atual crise.
Nos últimos dias, vários Governos de países árabes pediram para que houvesse diálogo sobre o conflito na Ucrânia, sem se posicionarem ou condenarem a invasão russa, segundo a agência noticiosa espanhola EFE.
Apenas o Líbano censurou abertamente a ofensiva militar de Moscovo, o Presidente sírio, Bashar al-Assad, que tem o apoio militar da Rússia no conflito interno do seu país, apoiou a invasão russa à Ucrânia, classificando-a de "correção da história" e "restauração do equilíbrio no mundo".
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram cerca de 200 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A ONU deu conta de perto de 370 mil deslocados para a Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.
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