"Vladimir Putin lançou uma brutal invasão maciça da Ucrânia, injustificada e não provocada baseada no discurso de mentiras e ele fê-lo apenas por uma razão, porque o povo da Ucrânia fez a escolha da liberdade, da democracia e do Estado de direito", disse Charles Michel.
Intervindo em Bruxelas na sessão plenária extraordinária da assembleia europeia dedicada aos confrontos na Ucrânia, após a invasão russa do país na semana passada, o líder do Conselho Europeu deixou "uma mensagem comum para a Rússia: Rússia, acaba a guerra, vai para casa, vamos dialogar".
Segundo Charles Michel, "não é só a Ucrânia que está sob ataque [...] e isto é terrorismo geopolítico, puro e simples".
"Mais uma vez, o sangue e a guerra chegaram ao solo europeu. Temos de apoiar a Ucrânia. Temos de proteger a paz. Temos de proteger a democracia e o direito internacional", sustentou.
Salientando que "o desafio é muito sério", o responsável argumentou que também assim devem ser as decisões que a União Europeia vai "tomar em conjunto", nomeadamente em termos de "sanções sem precedentes", como as adotadas nos últimos dias.
"Estamos a colocar a máxima pressão sobre a Rússia e nos seus líderes. Estamos a intensificar o nosso apoio à Ucrânia e ao povo ucraniano. Saúdo a coragem e a compostura e é também nosso dever estar à altura deste momento histórico", concluiu Charles Michel, dirigindo-se ao Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 350 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A ONU deu conta de mais de 100 mil deslocados e mais de 660 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.
Leia Também: Presidente da Ucrânia diz que UE lhe prometeu mais "apoio concreto"