Intervindo na sessão plenária extraordinária do Parlamento Europeu que hoje decorre em Bruxelas para debater a "agressão russa contra a Ucrânia", Ursula Von der Leyen apontou que "a maioria dos Estados-membros prometeram entregas de equipamento militar à Ucrânia" e "a Alemanha anunciou que irá cumprir o objetivo de 2% da NATO o mais rapidamente possível", referindo-se à meta de percentagem do PIB a ser consagrado à Defesa.
"E a nossa União, pela primeira vez, está a utilizar o orçamento europeu para comprar e entregar armas a um país que está a ser atacado", disse, referindo-se ao pacote de 500 milhões de euros do Mecanismo Europeu de Apoio à Paz, "para apoiar a defesa da Ucrânia".
Sublinhando que "este é um momento de viragem para a União", Von der Leyen advertiu que aquilo que se passa hoje na Ucrânia mostra que os europeus não podem dar por adquirida a sua segurança, pelo que têm de investir nela.
"Não podemos tomar a nossa segurança e a proteção das pessoas como garantidas. Temos de nos erguer em defesa dela. Temos de investir nisso. Temos de assumir a nossa justa quota-parte de responsabilidade", declarou.
Von der Leyen intervinha num debate no Parlamento Europeu, em Bruxelas, que contou com a participação, por videoconferência, do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 350 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A ONU deu conta de mais de 100 mil deslocados e mais de 660 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.
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