Voos UE/Ásia podem demorar mais quatro horas para não sobrevoar Rússia

Os voos da União Europeia (UE) para a Ásia podem demorar mais quatro horas para não sobrevoar o espaço aéreo russo, após a invasão da Ucrânia, revelou hoje fonte comunitária, admitindo custos adicionais para as companhias aéreas europeias.

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Lusa
01/03/2022 15:06 ‧ 01/03/2022 por Lusa

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Ucrânia

"Posso dar uma indicação do tempo extra necessário para evitar os voos em território russo e, claro, isso depende de onde na Europa se está a voar: se se estiver a voar do norte da Europa, como da Finlândia ou da Suécia, será uma rota muito mais longa [para a Ásia] e a estimativa é que poderão ser necessárias mais quatro horas, mas se se estiver a voar de um pouco mais a sul, o tempo extra muda para cerca de mais uma hora e meia", disse fonte europeia, num encontro com jornalistas comunitários em Bruxelas, entre os quais a agência Lusa.

A fonte reforçou que "depende do país ou da cidade de onde se voa, mas certamente que aqueles que voam do norte [da UE] terão de contornar o território russo e também, neste caso, a Ucrânia porque o espaço aéreo está fechado", na sequência da invasão russa do país.

"Isso aumentará o tempo para chegar ao destino final na Ásia, como à China, ao Japão ou à Coreia", exemplificou a mesma fonte comunitária.

Questionada sobre eventuais apoios às companhias aéreas europeias, nomeadamente por parte da Comissão europeia, a fonte ressalvou que, "nesta fase, não há qualquer específica a ser tomada", embora admita que "o tempo adicional que será utilizado para voar para a Ásia significará um aumento no consumo de combustível e, portanto, de custos".

"Sei que há discussões, mas gerais, sobre apoio a qualquer pessoa na Europa afetada pelas sanções" aplicadas pela UE à Rússia, adiantou.

São várias as companhias aéreas que evitam o espaço aéreo russo após o início do conflito armado na Ucrânia, mas na segunda-feira a Rússia decidiu mesmo proibir trafego aéreo vindo de 36 países, incluindo UE e Portugal.

Esta proibição russa surge depois de, no domingo, a UE ter acordado encerrar o espaço aéreo da UE para os russos.

"Estamos a propor uma proibição de todas as aeronaves de propriedade russa, registadas ou controladas por russos. Estes aviões já não poderão aterrar, descolar ou sobrevoar o território da UE e isto aplicar-se-á a qualquer avião de propriedade, fretado ou de outro modo controlado por uma pessoa física ou jurídica russa", anunciou no domingo a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

Dados de Bruxelas revelam que serão afetados 300 diários voos da Rússia para a UE ou a sobrevoar o espaço comunitário e 50 voos diários de transportadoras da UE para a Rússia, bem como cerca de 90 voos europeus de sobrevoo de território russo.

A proibição europeia está já em vigor, mas estão previstas exceções, como para aterragens de emergência, voos humanitários ou voos diplomáticos.

A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 350 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A ONU deu conta de mais de 100 mil deslocados e mais de 660 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.

Leia Também: Governo garante estar a trabalhar numa resposta de "plena integração"

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