EUA propõem que Rússia seja excluída do Conselho dos Direitos Humanos
Os Estados Unidos sugeriram hoje que a Rússia seja excluída do Conselho dos Direitos Humanos, numa sessão deste órgão das Nações Unidas, em Genebra, na qual a invasão russa da Ucrânia tem dominado as intervenções.
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Mundo Ucrânia/Rússia
"<span class="news_bold">É razoável perguntar se um Estado-membro da ONU que tenta ocupar outro Estado-membro da ONU, comete violações horríveis dos direitos humanos e causa um enorme sofrimento humanitário, deve ser autorizado a permanecer neste Conselho", disse, num discurso por vídeo, o chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken.
O Conselho é formado por 47 países que passam por um processo de seleção para integrar este órgão, por períodos de três anos.
A situação dos direitos humanos "vai agravar-se" ainda mais se o Presidente russo, Vladimir Putin, ganhar a guerra, advertiu também o secretário de Estado norte-americano na 49.ª sessão do Conselho dos Direitos Humanos da ONU, que começou esta segunda-feira e decorre até 01 de abril.
"Se o Presidente Putin alcançar o seu objetivo declarado de derrubar o Governo democraticamente eleito da Ucrânia, as crises humanitárias e de direitos humanos só irão piorar", afirmou Antony Blinken.
"A Rússia bombardeia escolas, hospitais e áreas residenciais, destrói infraestruturas essenciais que permitem que milhões de ucranianos tenham acesso a água potável e a gás e eletricidade, sem os quais morrem de frio", acusou o secretário de Estado norte-americao.
"Hora a hora" aumentam as denuncias de violações do direito internacional e dos direitos humanos por parte da Rússia na sua ofensiva militar na Ucrânia, sublinhou.
O chefe da diplomacia dos EUA pediu a união do Conselho dos Direitos Humanos e apelou para que rejeite o argumento da Rússia, que anteriormente tentou, no mesmo fórum, justificar a sua incursão na Ucrânia, insistindo que a intenção é proteger a comunidade de língua russa, que alegadamente é atacada e humilhada.
O Ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, deveria ter ido pessoalmente a Genebra, mas anulou na segunda-feira a deslocação invocando as "sanções antirrussas" que o proíbem de sobrevoar a União Europeia.
Em vez disso, fez um discurso pré-gravado em vídeo, que muitas delegações dos países ocidentais e a delegação da Ucrânia boicotaram hoje.
Os diplomatas, constatou a France-Presse, abandonaram ostensivamente a sala deixando-a quase vazia quando o vídeo com o discurso de Lavrov começou a ser transmitido.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 350 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A ONU deu conta de mais de 100 mil deslocados e quase 500 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia, visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.
[Notícia atualizada às 16h14]
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