O opositor do Kremlin, Alexei Navalny, detido há quase dois anos pela Rússia por desobediência civil e promover manifestações contra o regime de Putin, apelou, esta quarta-feira, a novos protestos contra a invasão russa na Ucrânia.
Num comunicado publicado pelo seu porta-voz, através do Instagram, Navalny apela que se proteste todos os dias da semana às 19h, e às 14h aos fins de semana.
O rosto mais conhecido da oposição ao presidente russo pede que o povo não fique em silêncio e que a Rússia não se torne numa "nação de pessoas assustadas".
"Não posso, não quero e não vou ficar calado", vincou, acrescentando que os acontecimentos dos últimos 100 anos têm sido usados como desculpa para russos matarem ucranianos.
"A Rússia não é o Putin", rematou.
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Apesar de o Kremlin ter proibido protestos contra a guerra, milhares de pessoas têm saído todos os dias à rua, especialmente em Moscovo e São Petersburgo, para pedir o fim da invasão russa na Ucrânia.
A polícia já deteve milhares de pessoas, mas a oposição promete não abrandar, especialmente perante as maiores dificuldades do povo russo, causadas pelas sanções impostas pelo Ocidente.
Navalny foi detido há quase dois anos, depois de ter sido alegadamente envenenado por agentes do Kremlin quando estava na Alemanha. O opositor foi tratado pela Alemanha, mas extraditado para a Rússia, onde foi imediatamente detido.
Os advogados de Alexei Navalny já apontaram várias vezes para as más condições de encarceramento dadas pelos russos, e o próprio Navalny já fez guerras de fome para protestar contra o regime.
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