"De momento, não se sabe quando é que as novas negociações se vão realizar", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, na rede social Facebook, citado pela agência espanhola EFE.
O porta-voz do Kremlin (Presidência russa), Dmitry Peskov, disse antes que a delegação russa estava pronta para se encontrar com a parte ucraniana.
"No final da tarde de hoje, a nossa delegação estará no local à espera dos negociadores ucranianos. A nossa delegação estará pronta para continuar as conversações esta noite", disse Dmitry Peskov, citado pela agência francesa AFP.
Peskov não precisou onde decorrerá o encontro.
O chefe da delegação russa, Vladimir Medinsky, disse anteriormente que se realizaria na fronteira da Bielorrússia com a Polónia.
A primeira ronda de conversações, organizada pelas autoridades da Bielorrússia, um país aliado de Moscovo, ocorreu na segunda-feira, na região de Gomel, perto da fronteira bielorrussa com a Ucrânia.
No final desse encontro, os negociadores regressaram às respetivas capitais para consultas.
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Bielorrússia, Anatoly Glaz, disse hoje à agência bielorrussa Belta que o encontro poderá ocorrer a qualquer momento.
"Temos afirmado repetidamente que estamos prontos a fazer o nosso melhor e a organizar uma reunião a qualquer momento. Neste momento, os últimos preparativos estão a ser finalizados. O lado bielorrusso está preparado para qualquer desenvolvimento", disse o porta-voz da diplomacia de Minsk.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse na terça-feira, numa entrevista conjunta à agência Reuters e à TV norte-americana CNN, que a primeira condição para negociar "é parar de lutar", porque, caso contrário, "o tempo será desperdiçado".
Após a primeira reunião, Zelensky lamentou que os ataques russos não tenham parado durante as negociações de cinco horas.
"A sincronização do tiroteio com o processo de negociação foi óbvia. Penso que a Rússia está a tentar, desta forma simples, exercer pressão sobre Kiev", disse Zelensky.
No encontro de hoje com a imprensa, o porta-voz do Kremlin evitou comentar o possível resultado dos contactos.
"Primeiro, temos de ver se os negociadores ucranianos irão ou não. Esperemos que isso aconteça", disse.
"Todas as condições necessárias para resolver esta situação foram formuladas muito claramente pelo Presidente da Rússia [Vladimir Putin], incluindo uma lista de condições que Putin explicou em pormenor aos seus interlocutores durante as chamadas telefónicas internacionais", acrescentou.
A Rússia exige que as forças armadas ucranianas deponham as armas, e o reconhecimento da Crimeia, território da Ucrânia que anexou em 2014, bem como a não adesão do país vizinho à Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), entre outras questões.
Tropas russas invadiram novamente a Ucrânia na madrugada de 24 de fevereiro.
O conflito provocou já centenas de mortos civis e um número não confirmado de baixas militares nos dois lados, bem como a fuga de mais de 836.000 pessoas para Polónia, Hungria, Moldávia e Roménia.
A União Europeia (UE), diversos países e organizações impuseram sanções duras à Rússia, que estão a afetar setores como o financeiro, a aviação ou o desporto.
As sanções também visam individualidades russas, como o próprio Putin ou o seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov.
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