O Kremlin, parlamento russo, apresentou um projeto de lei para punir a difusão de “notícias falsas” sobre o conflito na Ucrânia, propondo até 15 anos de prisão.
A medida, apoiada por Vyacheslav Volodin, presidente do parlamento e aliado de Vladimir Putin, presidente russo, poderá ser discutida já esta semana, avança o The Times, citando os canais de televisão locais.
“Estas falsidades desmoralizam a sociedade e quebram a fé no exército e nos serviços de segurança”, considerou Vasily Piskarev, chefe do Comité de Segurança e Anti-corrupção do Kremlin, acrescentando que a presença russa na Ucrânia se destina a “manter a paz”.
Assim, quem produzir e distribuir notícias falsas incorrerá em até três anos de prisão, pena que aumenta para cinco a 10 anos caso a informação seja propagada no trabalho, em grupo ou na Internet. Por fim, quem partilhar notícias falsas estando consciente da sua falsidade arrisca-se a uma pena de até 15 anos de prisão.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 350 civis, incluindo crianças, segundo Kyiv. A ONU deu conta de mais de 100 mil deslocados e mais de 836 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.
Vladimir Putin disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar Moscovo.
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