No dia 04 de março, o Conselho Constitucional francês vai declarar todos os candidatos às eleições que presidenciais francesas que decorrem já no dia 10 de abril. Para ser considerado candidato é preciso depositar neste órgão 500 assinaturas de eleitos locais e nacionais que apadrinham a candidatura do futuro Presidente.
Há muito que Emmanuel Macron reuniu este número mínimo de assinaturas, mas devido à acumulação de funções nos últimos meses, estando a França à frente do Conselho da União Europeia até junho, o Presidente ainda não declarou a sua recandidatura e parece pouco provável que o faça de uma forma impressionante como é tradição nos meandros da política francesa.
O Presidente vai falar hoje aos franceses sobre a situação na Ucrânia, mas é pouco provável que aborde o tema das eleições presidenciais. O chefe de Estado francês tem-se desdobrado em chamadas telefónicas com os seus homólogos, sendo um dos únicos líderes mundiais ainda em contacto com Vladimir Putin.
Emmanuel Macron chegou a ter marcado um comício eleitoral para Marselha no próximo sábado, onde contava com a presença de milhares pessoas, mas o encontro foi anulado devido ao contexto atual. Assim, prevê-se um breve anúncio sóbrio nos próximos dias.
No terreno, o partido do Presidente, República em Marcha, está a trabalhar há meses em comités municipais e regionais para mobilizar os eleitores para esta eleição. Apoiando-se na experiência de 2017, mas também na ideia do Grande Debate lançado por Emmanuel Macron perante a crise dos 'coletes amarelos', o República em Marcha tem vindo a recolher propostas dos cidadãos, identificando as principais fontes de preocupação dos franceses.
Mesmo antes da invasão da Rússia, as equipas de Emmanuel Macron já tinham avisado que a presença do candidato na campanha eleitoral não seria assídua, com o próprio Presidente a dizer que exerceria funções "até ao último quarto de hora" do seu mandato.
Os restantes candidatos que já apresentaram as 500 candidaturas e se qualificam para concorrer às eleições presidenciais reuniram-se no início da semana com Jean Castex, primeiro-ministro, e têm sido informados da evolução do conflito na Ucrânia.
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