Ucrânia. República Checa concede "amnistia" a quem "participe na luta"
O Primeiro-ministro da República Checa, o conservador Petr Fiala, declarou hoje que as autoridades concederão amnistia aos checos que forem lutar na Ucrânia contra as tropas russas que invadiram aquele país.
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Mundo Ucrânia/Rússia
"Chegamos a acordo que podemos garantir a indemnidade das pessoas que querem participar da luta ao lado dos ucranianos, e isso deve ser sublinhado: seria uma forma de amnistia que o presidente concederia, com o meu aval", disse Fiala à rede pública CT24, após um reunião com o chefe de Estado, o social-democrata Milos Zeman.
Fiala descartou a concessão de uma licença coletiva, devido aos riscos envolvidos nessa ação de ajuda voluntária, ou uma exceção à lei, que proíbe os cidadãos checos de se alistar em exércitos estrangeiros, o que pode levar a uma pena máxima de cinco anos de prisão.
"Como primeiro-ministro, não posso encorajar ou apoiar nenhum cidadão a ir à guerra em solo estrangeiro, mas conversamos sobre como algumas pessoas querem ir para lá", disse também o político conservador.
Praga estima que existam cerca de uma centena de checos interessados em ir para a Ucrânia para participar dos combates.
Antes do início da guerra, cerca de 160.000 ucranianos viviam na República Checa, país que entrou em estado de emergência devido à vaga migratória.
Desde que os tanques russos iniciaram uma invasão em larga escala da Ucrânia há uma semana, 24.708 ucranianos entraram em território checo, dos quais mais de 13.000 receberam vistos especiais que lhes permitem trabalhar e ter acesso a cuidados de saúde.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar com três frentes na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades. As autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças, e, segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de um milhão de refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia, entre outros países.
O Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a "operação militar especial" na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional, e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.
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