Nancy Pelosi pede proibição da importação de petróleo da Rússia
A presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, a democrata Nancy Pelosi, pediu hoje a proibição da importação de petróleo da Rússia em retaliação pela guerra na Ucrânia, mas a Casa Branca reduziu as expectativas nesse sentido.
© Reuters
Mundo Ucrânia
Pelosi é a política ao mais alto nível a se posicionar a favor desta medida, que o Presidente norte-americano, Joe Biden, do mesmo partido, resiste em adotar por causa das consequências que teria para a economia mundial, nomeadamente para a Europa.
"Estou totalmente a favor. Que o proíbam. Proíbam todo o petróleo oriundo da Rússia", afirmou Nancy Pelosi, ao ser questionada sobre o tema numa conferência de imprensa.
O Governo de Biden deixou claro que proibir a importação de energia da Rússia poderia levar a um aumento da inflação nos Estados Unidos, que já alcança um nível nunca visto desde há décadas, e poderia ter um impacto muito negativo na economia da União Europeia (UE) devido à sua dependência do país.
Mais concretamente, o clube comunitário importa 41% do seu gás natural e 27% do petróleo da Rússia, segundo o Eurostat.
Enquanto isso, os Estados Unidos têm capacidade para produzir o seu próprio gás e petróleo graças à fraturação hidráulica ('fracking') e outras formas de extração, embora continuem a importar energia de outros países porque o seu consumo é muito maior que a produção interna.
Os Estados Unidos dependem muito menos da Rússia e só importam 7,9% do petróleo do país.
Entretanto, a Casa Branca reduziu hoje as expectativas de proibir a importação global de petróleo russo porque isso aumentaria os preços da gasolina nos estados Unidos e no resto do mundo.
Esta posição foi defendida pela responsável de imprensa do Governo, Jen Psaki, depois de conhecida a posição de Pelosi.
"Não temos nenhum interesse estratégico em reduzir o fornecimento global de energia porque elevaria os preços das gasolineiras para todos os norte-americanos e haveria menos oferta", afirmou Psaki, que no entanto, não fechou completamente a porta a uma futura proibição.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar com três frentes na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades. As autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças, e, segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de um milhão de refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia, entre outros países.
O Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a "operação militar especial" na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional, e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.
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