Zelensky acusa Moscovo de recorrer ao "terror nuclear"

O Presidente da Ucrânia acusou hoje Moscovo de recorrer ao "terror nuclear" e de "querer repetir" a catástrofe de Chernobyl, com o bombardeamento de uma central nuclear no centro do país.

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Lusa
04/03/2022 06:12 ‧ 04/03/2022 por Lusa

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Ucrânia

"Alertamos todo o mundo para o facto de que nenhum outro país além da Rússia alguma vez disparou contra centrais nucleares. Esta é a primeira vez na nossa história, a primeira vez na história da Humanidade. Este Estado terrorista recorreu agora ao terror nuclear", afirmou Volodymyr Zelensky, num vídeo difundido pela presidência ucraniana.

"A Ucrânia conta 15 reatores nucleares. Se ocorrer uma explosão, é o fim de tudo. O fim da Europa. É a evacuação da Europa", advertiu.

Para o Presidente ucraniano, "apenas uma ação europeia imediata pode travar as tropas russas. É preciso impedir a morte da Europa num desastre nuclear".

Bombardeamentos russos levaram à deflagração de um incêndio nas instalações da maior central nuclear da Europa, em Zaporizhzhia. As autoridades ucranianas já garantiram que os seis reatores não foram afetados e que apenas um edifício e um laboratório do local foram afetados.

A central de Chernobyl, local do pior desastre nuclear civil da história, em 1986, entretanto desativada, mas depósito de detritos nucleares, caiu nas mãos das tropas russas na semana passada.

A segurança nuclear da central está garantida, afirmaram as autoridades ucranianas, e a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), que citou o regulador ucraniano, indicou que os níveis de radioatividade no local mantêm-se inalterados.

"Centenas de milhares de pessoas sofreram as consequências [de Chernobyl], dezenas de milhares foram retiradas. A Rússia quer repetir isso e já está a tentar", afirmou Zelensky.

A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar com três frentes na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades. As autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças, e, segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de um milhão de refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia, entre outros países.

O Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a "operação militar especial" na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional, e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.

Leia Também: Bombeiros extinguem incêndio em maior central nuclear da Europa

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