Em declarações aos jornalistas durante uma visita a um comando de operações militares, Scholz sublinhou que acabou por não acontecer uma fuga radioativa e o ataque russo contra a central nuclear, hoje de madrugada, apenas provocou um incêndio num prédio vizinho.
"Mas é claro que estamos sempre preparados para uma situação em que há fuga de elementos radioativos. Isso não aconteceu agora, mas mostra o quão perigosa é a situação", explicou o chanceler alemão.
Scholz acrescentou que, assim que soube do ataque à central nuclear, a maior da Europa, conversou com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
O chanceler alemão repetiu que a NATO e os seus estados-membros não participarão na guerra na Ucrânia, mas que farão tudo para contribuir para um desenvolvimento da situação no país que se traduza num cessar-fogo e na retirada das tropas russas.
"Nós não fazemos parte do confronto militar que está a acontecer. E não faremos", disse Scholz, realçando a necessidade de haver uma postura determinada perante o que está a suceder na Ucrânia.
"O que temos de fazer é garantir que ninguém ataque o território da NATO", salientou o chanceler alemão, acrescentando ser por isso que os esforços nas fronteira dos países bálticos, Polónia, Eslováquia, Hungria, Roménia e Bulgária foram intensificados.
Ainda assim, Scholz assegurou que se trata de medidas "exclusivamente defensivas" que vão permanecer no território da Aliança Atlântica.
O chanceler insistiu ainda na importância de trabalhar com todas as opções políticas para permitir avanços no sentido da paz, apesar de a guerra na Ucrânia já durar há mais de uma semana "com todas as suas terríveis consequências".
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar com três frentes na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades. As autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças, e, segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de 1,2 milhões de refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia, entre outros países.
O Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a "operação militar especial" na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional, e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.
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