"A Finlândia é um parceiro chave dos Estados Unidos, um forte aliado também em questões de defesa e um aliado da NATO, especialmente no que diz respeito à força e segurança da área do mar Báltico", defendeu o chefe de Estado norte-americano.
Joe Biden recebeu hoje, na Sala Oval, o Presidente da Finlândia, Sauli Niinistö, com quem discutiu o fortalecimento da aliança bilateral de defesa, na sequência da invasão russa à Ucrânia.
"Concordamos que (a invasão russa) é um ataque à segurança da Europa e à paz e estabilidade globais", referiu Biden, em declarações à imprensa no início da reunião.
A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, não quis esclarecer durante a sua conferência de imprensa diária se os Estados Unidos apoiariam a entrada da Finlândia na NATO, assegurando que esta decisão depende de todos os estados membros da Aliança Atlântica.
Após a invasão russa da Ucrânia, o país nórdico enviou armas a Kiev, quebrando a sua tradicional posição de neutralidade, enquanto o apoio dos finlandeses quanto a uma possível adesão à NATO tem aumentado.
A Finlândia, que partilha uma fronteira de 1.300 quilómetros com a Rússia, manteve-se neutra durante a Guerra Fria em troca da garantia de Moscovo de que as tropas soviéticas não invadiriam o seu território.
O país nórdico, de 5,5 milhões de habitantes, aderiu à União Europeia (UE) e mantém uma estreita parceria com a NATO, através da qual partilha informações e recursos.
O Presidente finlandês tinha apelado na quinta-feira ao seu país para que se mantenha calmo, face ao avolumar do debate sobre a possibilidade de a Finlândia se candidatar à adesão à NATO após a invasão da Ucrânia pela Rússia.
A invasão da Ucrânia pela Rússia desencadeou um acalorado debate na Finlândia sobre se o país, militarmente não alinhado, deveria aderir à NATO, com uma sondagem recente a mostrar que, pela primeira vez, a maioria dos finlandeses é a favor da adesão.
Petições para um referendo sobre a adesão à NATO reuniram dezenas de milhares de assinaturas no final de fevereiro, o que significa que a questão será debatida pelo parlamento.
Durante o seu encontro com Biden, o Presidente finlandês assegurou que o seu país está a fazer "todos os possíveis para ajudar" o povo ucraniano que "luta bravamente pelo seu país".
O atual chefe de Estado norte-americano brincou ainda com as palavras que o ex-presidente Barack Obama (2009-2017) costumava dizer: "o mundo ficaria bem se deixássemos tudo nas mãos dos países nórdicos".
E Sauli Niinistö replicou: "Bem, é que normalmente não começamos guerras".
A Rússia lançou, na madrugada de 24 de fevereiro, uma ofensiva militar à Ucrânia e as autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças. Segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de 1,2 milhões de refugiados.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.
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