Colômbia reativa mandados de captura contra líderes de guerrilha

A Colômbia reativou hoje os mandados de captura dos principais líderes da guerrilha do ELN, após uma vaga de violência entre vários grupos armados ter abalado o país, marcado por seis décadas de conflito armado.

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Lusa
22/01/2025 19:52 ‧ há 3 horas por Lusa

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Colômbia

A Procuradoria-Geral da Colômbia anunciou hoje a revogação da suspensão dos mandados de captura de 31 dirigentes da guerrilha Exército de Libertação Nacional (ELN), designados como porta-vozes nas negociações de paz com o Governo, invocando "a prática de novos delitos".

 

Os mandados dos 18 dirigentes, incluindo o principal negociador de paz Pablo Beltran, haviam sido suspensos em agosto de 2022, após o Presidente colombiano, Gustavo Petro, ter sido empossado.

Os confrontos entre vários grupos armados pelo controlo do território, das plantações de coca e das rotas do tráfico de droga fizeram mais de 100 mortos em menos de uma semana em três regiões da Colômbia.

Os rebeldes do ELN e os dissidentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) têm estado em confrontos desde quinta-feira passada na região montanhosa de Catatumbo (nordeste), na fronteira com a Venezuela, que alberga mais de 52 mil hectares de coca plantada, causando a morte de mais de 80 pessoas e cerca de 32.000 deslocados.

Nos últimos dias, registaram-se igualmente confrontos mortais no sul do país, entre fações opostas de dissidentes das FARC, e no norte, entre o ELN e o grupo paramilitar 'Clan del Golfo'.

No entanto, foi a situação no nordeste do país que levou o Governo colombiano a declarar o estado de emergência na segunda-feira e a mobilizar 5.000 soldados para a região.

A maioria dos membros das FARC depôs as armas em 2016, mas as fações dissidentes continuaram a crescer em certas zonas do país, dedicando-se ao crime organizado e ao tráfico de droga.

Quando o Presidente da Colômbia, Gustavo Petro, chegou ao poder em 2022, comprometeu-se a resolver o conflito armado que dura há seis décadas no país através de negociações.

Desde então, Petro tem vindo a negociar com várias organizações armadas do país, incluindo o ELN, mas até agora não conseguiu chegar a acordos com a guerrilha, os traficantes de droga ou os grupos paramilitares de extrema-direita.

"A situação do Catatumbo é instrutiva. Também aprendemos com os seus fracassos e aqui há um fracasso. Um fracasso por parte da nação", admitiu Petro na terça-feira, ao mesmo tempo que acusou o ELN, que se estima ter cerca de 6.000 combatentes, de cometer "crimes de guerra".

A crise humanitária e de segurança em Catatumbo foi denunciada por várias autoridades, incluindo a Provedoria de Justiça, que, em 15 de novembro, alertou para "a situação de risco" para a população civil devido à presença e à ameaça dos grupos armados ilegais.

O acordo de paz de 2016 com antigo grupo guerrilheiro marxista FARC, então a formação guerrilheira mais poderosa da América Latina, ajudou a reduzir a violência na Colômbia durante algum tempo, mas o conflito interno voltou a intensificar-se nos últimos anos, devido às operações dos grupos dissidentes das FARC, das guerrilhas 'guevaristas' do ELN e do cartel de drogas 'Clan del Golfo', entre outros grupos armados.

Leia Também: Sobe para 32 mil os deslocados por violência da guerrilha na Colômbia

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