As repercussões da invasão da Ucrânia pela Rússia na arquitetura de segurança da Europa e o acolhimento nos países da União Europeia (UE) dos refugiados que fogem da guerra serão os temas de dois debates na assembleia.
O primeiro debate, dedicado à situação dos refugiados, vai envolver o Conselho e a Comissão Europeia e acontece na terça-feira às 15:00 (14:00 de Lisboa).
Na quarta-feira, às 10:30 (09:30 de Lisboa), os eurodeputados debatem com a primeira-ministra da Estónia e antiga eurodeputada, Kaja Kallas, o papel da UE num mundo em mudança e a situação da segurança da Europa.
A Rússia invadiu novamente a Ucrânia em 24 de fevereiro, depois de ter anexado a península da Crimeia em 2014.
A atual ofensiva militar, que entrou hoje no décimo dia, provocou milhares de mortos, entre civis e militares, mas o número preciso está por contabilizar.
A invasão também levou mais de 1,2 milhões de pessoas, maioritariamente mulheres e crianças, a fugir da Ucrânia para os países vizinhos, sobretudo Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.
O avanço das tropas russas provocou também a destruição de muitas infraestruturas civis na Ucrânia, apesar de a Rússia reclamar que só está a atacar alvos militares.
Este é considerado o ataque militar mais grave de um país contra outro na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Os eurodeputados têm também agendado para terça-feira o debate das recomendações da comissão especial sobre a ingerência estrangeira e a desinformação, incluindo a imposição de sanções e uma maior sensibilização para o problema, sendo o relatório votado no dia seguinte.
Outra iniciativa da sessão plenária da próxima semana é a intenção do Parlamento Europeu de pôr fim aos regimes de cidadania pelo investimento.
A assembleia defende que a UE deve estabelecer regras para um maior controlo dos regimes de residência (os chamados 'vistos dourados'), estando previsto, para segunda-feira, um debate sobre um relatório de iniciativa legislativa (uma proposta do Parlamento Europeu) sobre esta matéria.
Os parlamentares consideram que os regimes que concedem a nacionalidade com base num investimento financeiro (também conhecidos como "passaportes dourados") são contestáveis do ponto de vista ético, jurídico e económico e apelam novamente à sua eliminação progressiva em toda a UE.
O relatório deverá ser votado no dia seguinte.
Ainda na terça-feira, para assinalar o Dia Internacional da Mulher, discursa no Parlamento Europeu a escritora ucraniana Oksana Zaboujko.
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