O carro onde viajava a equipa foi atingido por balas quando se dirigia para a capital ucraniana, na segunda-feira, avançou a estação televisiva, que só divulgou a notícia e as imagens na noite de sexta-feira, depois de a sua equipa ter sido repatriada para o Reino Unido.
O jornalista Stuart Ramsay foi baleado na região lombar e o operador de câmara tentou fugir do carro, mas também foi atingido por duas balas, tendo sido protegido pelo colete à prova de balas que usava.
Os cinco membros da equipa, incluindo o homem ferido, conseguiram fugir, gritando que eram jornalistas, em direção a uma fábrica próxima, onde um grupo de homens lhes abriu uma porta e acenou para que entrassem.
"As balas caíam em cascata por todo o carro, nas janelas, no para-brisa, nos bancos, no volante, estava tudo completamente desintegrado", escreveu Stuart Ramsay depois de regressar ao Reino Unido.
"Tivemos muita sorte. Mas milhares de ucranianos estão a morrer e os russos estão a atacar as famílias. Estávamos num carro comum quando nos atacaram", acrescentou.
De acordo com a Sky News, as suspeitas sobre a responsabilidade do ataque recaem num "esquadrão de reconhecimento de sabotadores russos".
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, elogiou hoje a "coragem" dos jornalistas que "colocaram as suas vidas em risco" na Ucrânia, garantindo, numa mensagem divulgada na rede social Twitter, que "a imprensa livre não será intimidada nem se acobardará perante atos de violência bárbaros e indiscriminados".
"É incrível ver a coragem desses jornalistas, que se colocam em situações aterrorizantes e perigosas", acrescentou o primeiro-ministro.
A Rússia lançou, na madrugada de 24 de fevereiro, uma ofensiva militar à Ucrânia e as autoridades de Kyiv contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças. Segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de 1,2 milhões de refugiados.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.
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