Paquistão pede à Rússia redução da tensão mas não condena invasão
O ministro dos Negócios Estrangeiros do Paquistão, Shah Mahmood Qureshi, pediu hoje à Rússia, em nome do seu Governo, a redução da tensão na Ucrânia, mas não condenou a invasão, apesar da pressão internacional.
© Lusa
Mundo Guerra na Ucrânia
De acordo com um comunicado do Governo paquistanês, no decurso de uma conversa telefónica com o seu homólogo russo, Sergey Lavrov, Qureshi "destacou a necessidade de uma solução diplomática segundo os acordos multilaterais relevantes, o Direito internacional e as disposições da Carta das Nações Unidas" (ONU).
Expressando a preocupação do Paquistão "pela recente situação na Ucrânia", Qureshi enfatizou a ligação do seu país aos princípios fundamentais da Carta da ONU e "pediu a redução da tensão", sem, contudo, condenar os ataques russos.
Qureshi informou também Lavrov sobre as recentes conversas telefónicas com os ministros dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Polónia, Roménia e Hungria e com o alto representante da União Europeia, "nas quais partilhou a posição de princípio do Paquistão e destacou a importância de se encontrar uma solução através do diálogo", prossegue o comunicado.
Segundo a nota de imprensa, Lavrov partilhou a perspetiva da Rússia sobre a situação, mencionou a abertura do "corredor humanitário e destacou a preparação da próxima ronda de conversações com os emissários ucranianos".
Representantes de pelo menos 22 países instaram esta semana o Paquistão a condenar as ações da Rússia na Ucrânia e a expressar o seu apoio à defesa da Carta das Nações Unidas.
O Paquistão, à semelhança da maioria dos governos do Sul da Ásia, limitou as suas declarações ao pedido de uma solução diplomática para o conflito, sem condenar nem tomar posição sobre a atuação da Rússia.
A ação militar da Rússia coincidiu com a visita a Moscovo do primeiro-ministro paquistanês, Imran Khan, para reunir-se com o Presidente russo, na que foi a primeira visita do género em décadas.
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