O regime do Cazaquistão geralmente proíbe manifestações, mas no sábado permitiu uma reunião de protesto que juntou cerca de 2.000 pessoas, no centro de Almaty, a capital económica do país.
Nos últimos dias, já depois do início da invasão russa da Ucrânia, o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Cazaquistão sublinhou a neutralidade do país neste conflito.
A diplomacia do Cazaquistão recebeu mesmo o embaixador britânico, para discutir a guerra na Ucrânia, depois de uma parlamentar britânica ter pedido - na segunda-feira, em Londres - para que fossem colocadas em prática sanções também para os aliados de Moscovo.
Margaret Hodge, do Partido Trabalhista, questionou no Parlamento a chefe da diplomacia britânica, Liz Truss, sobre se tinham sido consideradas sanções contra indivíduos de países como o Cazaquistão e o Azerbaijão, considerando que esse Estados são "cúmplices e apoiantes" do Presidente russo, Vladimir Putin.
Na altura, Truss respondeu que o Governo britânico "analisaria a questão do Cazaquistão e de outros países".
Em janeiro, Moscovo desempenhou um papel importante - sobretudo com o envio de tropas, ao lado do Governo cazaque - para pôr fim a uma série de manifestações que muitas vezes se transformavam em tumultos e que foram responsáveis pela morte de mais de 200 pessoas.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que, segundo as autoridades de Kiev, já fez mais de 2.000 mortos entre a população civil.
Os ataques provocaram também a fuga de mais de 1,5 milhões de pessoas para os países vizinhos, de acordo com a Organização das Nações Unidas.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
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