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EUA apoiam soberania de Moldova que se sente ameaçada pela Rússia

Os Estados Unidos reiteraram hoje a sua ajuda à Moldova, quer pelos milhares de refugiados ucranianos que acolhe quer por sentir a integridade do seu território ameaçada face às tropas russas presentes na região separatista da Transnístria.

EUA apoiam soberania de Moldova que se sente ameaçada pela Rússia
Notícias ao Minuto

16:54 - 06/03/22 por Lusa

Mundo Guerra na Ucrânia

A vontade de apoiar o país foi demonstrada, desde logo, pela presença, hoje, do secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, na Moldova, onde sublinhou o seu apoio ao Governo pró-ocidental desta ex-república soviética.

A Moldova "mostra-nos, a nós e ao mundo, como as democracias podem crescer e fortalecer-se, e nós somos e vamos continuar a ser vossos parceiros nisso", disse Blinken em Chisinau, capital daquele país, durante uma das conferências de imprensa que realizou hoje, segundo o Departamento de Estado.

Como país mais pobre da Europa, a Moldova é um dos protagonistas secundários do ataque lançado pela Rússia contra a Ucrânia há 11 dias.

Mais de 250.000 refugiados que fogem da guerra já passaram pelos cerca de 1.200 quilómetros da fronteira moldava com a Ucrânia e, embora a maioria siga viagem para a Roménia e para outros países da União Europeia, a Presidente da Moldova, Maia Sandu, referiu hoje que 78.000 ucranianos ainda estão no país, o que representa 3% dos seus 2,6 milhões de habitantes.

"Os Estados Unidos farão todo o possível para ajudar a Moldova com ajuda aos refugiados", disse Blinken, que, tal como adiantou no sábado na Polónia, anunciou a alocação de 2,7 mil milhões de dólares (cerca de 2,5 mil milhões de euros) para os países que fazem fronteira com a Ucrânia e que estão a hospedar a maior parte dos 1,5 milhões de refugiados.

Mas, além do apoio material e imediato à Moldova, cuja fraca economia é muito afetada pela inflação, pelo preço da energia e, agora, pela guerra na Ucrânia, Blinken insistiu hoje em apoiar a integridade territorial do país e o seu recente pedido de entrada na União Europeia.

"Os países têm o direito de escolher o seu próprio futuro. A Moldova escolheu o caminho da democracia, de uma economia mais inclusiva, de um relacionamento mais próximo com os países e instituições da Europa", afirmou o secretário de Estado norte-americano em conferência de imprensa, acrescentando que Washington apoia esses esforços.

Este apoio é visto com grande agrado pela Moldova, já que a invasão russa da Ucrânia fez soar os alarmes no país, cuja situação e história são paralelas à da Ucrânia.

Ambos eram, até 1991, parte da União Soviética e ambos têm, agora, governos pró-ocidentais que pediram para ingressar na União Europeia e insistem em afastar-se da influência de Moscovo.

Além disso, ambos têm regiões separatistas pró-Rússia no leste dos seus territórios.

"Temos de recordar-nos que temos, ilegalmente e há décadas, tropas da Federação Russa no território do nosso país", afirmou hoje Sandu numa referência à Transnístria, o enclave pró-russo que, em 1991, se rebelou contra a saída da Moldova da União Soviética e que, desde então, tem funcionado como um país independente de facto.

Embora tenha indicado que não foi detetado um aumento do contingente russo ali implantado, cerca de 2.000 soldados, nem há informações de que essas tropas possam participar da invasão da Ucrânia, a Presidente moldava adiantou que a situação mostra uma "alta vulnerabilidade".

"Nesta região, não há, neste momento, possibilidade de nos sentirmos realmente seguros ou protegidos, especialmente quando vemos o que está a acontecer, quando vemos todos os ataques à Ucrânia", acrescentou a chefe de Estado.

Apesar de não ter o reconhecimento de nenhum país, a Transnístria continua a ser controlada pelas autoridades rebeldes, que apresentaram, no sábado, um pedido oficial de independência da Moldova em resposta à decisão deste país de solicitar a entrada na União Europeia.

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