O porta-voz do Governo japonês, Hirokazu Matsuno, anunciou que o Ministério dos Negócios Estrangeiros elevou o alerta para o nível 3 para a Rússia, o segundo mais grave, apenas abaixo do nível 4, que recomenda a retirada imediata de um território.
Matsuno sublinhou que as sanções impostas à Rússia devido à invasão da Ucrânia afetaram as operações das companhias aéreas, incluindo das japonesas Japan Airlines e All Nippon Airways, e podem dificultar a saída de japoneses da Rússia.
"As sanções estão a afetar a vida quotidiana dos cidadãos [na Rússia] e a tensão pode aumentar", avisou o porta-voz.
"Pedimos aos japoneses que ponderem abandonar o país em voos comerciais, enquanto estiverem disponíveis", acrescentou Matsuno.
Na semana passada, as autoridades japonesas já tinham elevado para o nível 4, o máximo, o alerta nas áreas da Rússia e da Bielorrússia que fazem fronteira com a Ucrânia. O Japão desaconselha também viagens para a Bielorrússia.
Até domingo, cerca de 2.400 japoneses estavam registados como residentes na Rússia, segundo dados fornecidos por Matsuno.
Cerca de 90 cidadãos japoneses estão ainda na Ucrânia.
Mais de 4.600 pessoas que se manifestaram no domingo na Rússia contra a intervenção militar na Ucrânia foram detidas, em 65 cidades, elevando o total para mais de 13.000, desde o início da ofensiva, segundo a organização não-governamental OVD-Info.
Apesar da intimidação pelas autoridades e da ameaça de pesadas penas de prisão, nos últimos 11 dias têm-se verificado diariamente protestos em várias cidades de toda a Rússia.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que, segundo as autoridades de Kiev, já fez mais de 2.000 mortos entre a população civil.
Os ataques provocaram também a fuga de mais de 1,5 milhões de pessoas para os países vizinhos, de acordo com a ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional - incluindo o Japão - que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
No sábado, o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse que as sanções impostas pelo Ocidente ao seu país como resposta à invasão da Ucrânia são "como uma declaração de guerra".
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