Entre as muitas vítimas dos bombardeamentos a Kyiv na passada sexta-feira, a história da protetora dos animais Anastasiia Yalanskaya está a comover particularmente o mundo.
A jovem ucraniana de 26 anos foi assassinada enquanto se dirigia a um canil em Bucha, a cerca de 30 quilómetros da capital ucraniana, Kyiv, para alimentar os animais.
Os familiares e amigos de Anastasia confirmaram a várias publicações que o seu carro foi atingido deliberadamente a curta distância pelas tropas russas sem ser justificada a razão do ataque.
Segundo o jornal The Sun, nos dias anteriores à sua morte, a ucraniana estava a partilhar regularmente a experiência da guerra vivida em Kyiv.
Dias antes a ativista tinha visitado um jardim de infância em Brovary, onde contou que as 40 crianças da instituição de ensino tinham ficado sem comida e outras necessidades básicas.
No dia 3 de março de 2022, foi filmada sentada nas traseiras de um veículo cercada por comida de cão enquanto fazia entregas de alimentos num canil.
Citado também pelo jornal The Sun, o ex-marido de Anastasiia, Yevhen Yalanskyi, diz que lhe pediu várias vezes para ser mais cautelosa e que este erro custou-lhe “muito caro, apesar dela estar a ajudar os outros". Conta também que lhe pediu para pensar em sair da cidade, mas que ela "não ouviu”.
O corpo de Anastasiia foi levado para uma morgue próxima de Bucha, mas por causa dos bombardeamentos na área ninguém pode ir reclamá-lo, disse um amigo da vítima ao Global News.
A esta última fonte o ex-marido também revela que a ativista "era um dos melhores seres humanos" que conheceu. Acrescenta que "ela comprometeu-se a ajudar, a ajudar os seus amigos e familiares e a quem necessitasse de ajuda". Diz ainda que ela "amava os animais. Tínhamos um cão e um gato. Era a melhor companheira".
Recorde-se que a Rússia lançou no dia 24 de fevereiro de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 2.000 civis, incluindo crianças, segundo Kyiv. A ONU deu conta de mais de 1,7 milhões deslocados para países vizinhos como a Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar Moscovo.
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