"Vamos esforçar-nos para restaurar a paz [na Ucrânia], pelo que os chefes de governo do grupo de Visegrado vão negociar amanhã [na terça-feira] em Londres" e, a partir de quinta-feira, em Paris com os demais líderes da União Europeia (UE), disse hoje o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, num vídeo divulgado na rede social Facebook.
Embora não tenha especificado no vídeo com quem Orbán e os seus três colegas da Europa Central vão conversar em Londres, as negociações deverão decorrer com o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, uma iniciativa que visa aumentar a pressão sobre a Rússia.
De acordo com um comunicado de Downing Street, sede do Governo britânico, Johnson preparou um plano de ação de seis pontos, que, entre outras coisas, propõe maximizar a pressão económica sobre Moscovo e, ao mesmo tempo, manter o caminho diplomático aberto para uma diminuição da tensão política.
Os países de Visegrado enfrentam atualmente um fluxo crescente de refugiados ucranianos, que fogem da agressão russa no seu país.
Segundo informações divulgadas hoje pela polícia, 11.110 pessoas entraram na Hungria no domingo, um pouco menos do que a média dos dias anteriores. Orbán considerou que o fluxo de refugiados pode aumentar se os combates se aproximarem da fronteira magiar.
Por outro lado, o primeiro-ministro húngaro reiterou que não irá permitir o transporte de armas para a Ucrânia pelo território da Hungria, uma disposição que já foi estabelecida em decreto assinado hoje.
Apesar de ter condenado o ataque russo à Ucrânia, o político húngaro, conhecido pelas suas posições ultranacionalistas, recusa-se a enviar armas aos combatentes ucranianos para não envolver o seu país na guerra.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que, segundo as autoridades de Kiev, já fez mais de 2.000 mortos entre a população civil.
Os ataques provocaram também a fuga de mais de 1,7 milhões de pessoas para os países vizinhos, de acordo com a ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.