O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky voltou hoje a dirigir-se ao mundo para pedir sanções mais duras contra a Rússia, nomeadamente no que diz respeito ao boicote das exportações russas e fornecimento ao país liderado por Putin.
Numa mensagem partilhada nas redes sociais, Zelensky sublinha que "não há sangue" na bandeira ucraniana nem "nunca haverá suásticas" e que, ao contrário dos russos, os valores ucranianos são pacíficos e "sem tanques".
"Nunca quisemos esta guerra, mas ela foi trazida até nós", começa por dizer o presidente ucraniano. "Nunca sonhámos em matar, mas temos de derrubar o inimigo", continua acrescentando que é na Ucrânia que se decidirá se outro país poderá, no futuro, ser vítima de uma agressão semelhante.
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Zelensky defende que se Putin não puser fim à agressão, que dura há já 12 dias, deverá haver um novo pacote de sanções preparado para a Rússia, segundo dialogou com aliados europeus. "Boicote às exportações russas, em particular a recusa de petróleo da Rússia", explica indicando que o Ocidente precisa de colocar o comércio em segundo plano quando existe uma ameaça desta dimensão.
"Se não querem cumprir com as regras civilizadas, também não devem receber os bens e serviços da civilização", acrescentou ainda.
"Deixem que a guerra os alimente."O presidente faz ainda referência ao azul e amarelo da bandeira ucraniana: "A bandeira ucraniana é a terra. Pacífica, fértil, dourada e sem tanques. Este é o céu. Pacífica, clara, azul e sem mísseis. Assim foi. E assim será".
Recorde-se que a Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar contra a Ucrânia sob pretexto de querer "desnazificar" o país.
De acordo com as autoridades de Kyiv, a guerra, que já conta com 12 dias de destruição, já fez mais de 2.000 mortos entre a população civil e terá já provocado 11 mil baixas entre os soldados russos, informação que o Kremlin não confirma.
Os ataques provocaram também a fuga de mais de 1,5 milhões de pessoas para os países vizinhos, de acordo com a ONU, e estima-se que esse número possa vir a aumentar tornando-se esta a maior crise de refugiados na Europa nos últimos anos.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
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