Cerca de 400 civis foram mortos em ataques no Afeganistão desde a tomada do poder pelos talibãs, mostra um relatório recente da Organização das Nações Unidas (ONU), citado pela Reuters. Do número total de óbitos, mais de 80% são associados a um grupo afiliado ao Estado Islâmico.
O relatório, referente ao período compreendido entre agosto de 2021 e o final de fevereiro, indica que 397 civis foram mortos. A sua maioria terão sido, por sua vez, assassinados numa série de ataques do grupo estatal islâmico Khorasan (ISIS-K).
Mais de 50 pessoas suspeitas de terem ligações ao grupo extremista militante foram também mortas no mesmo período, revela a mesma fonte. Algumas delas terão sido, inclusive, torturadas e decapitadas - e, finalmente, os seus corpos abandonados no meio da estrada.
"A questão dos Direitos Humanos é, para muitos afegãos, de profunda preocupação", afirmou Michelle Bachelet, Alta Comissária para os Direitos Humanos, num discurso de apresentação do relatório ao órgão máximo dos Direitos em Genebra, aqui citada pela Reuters
Bachelet também referiu "uma série de casos perturbadores de desaparecimentos forçados" de ativistas e manifestantes, tendo expressado ainda a sua preocupação com as restrições à liberdade de expressão e aos direitos das mulheres.
Segundo a Reuters, pensa-se que o ISIS-K tenha expandido a sua presença no Afeganistão na sequência da tomada do poder pelos Talibãs, tendo sido dado como o culpado de vários ataques suicidas nos últimos meses.
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