Borrell insta homólogo chinês a apoiar corredores humanitários
O chefe da diplomacia da União Europeia (UE) exortou hoje o seu homólogo chinês a apoiar a criação de corredores humanitários para a retirada de civis da Ucrânia, saudando ainda a "disponibilidade da China" para dialogar com a Rússia.
© Getty Images
Mundo UE
Em causa está uma conversa telefónica hoje realizada entre o Alto Representante da UE para a Política Externa, Josep Borrell, e o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, a segunda desde o início da invasão militar da Ucrânia por parte da Rússia, na qual o chefe da diplomacia europeia "pediu ao seu homólogo chinês que apoiasse a criação de corredores humanitários, a fim de permitir a retirada da população civil".
A informação foi avançada pelo Serviço Europeu de Ação Externa, que em nota à imprensa dá também conta que Josep Borrell expressou a Wang Yi "o seu apreço pela posição da China no Conselho de Segurança e Assembleia Geral das Nações Unidas, indicando o apoio à integridade territorial, soberania das nações e inviolabilidade das fronteiras, bem como pela disponibilidade da China para apoiar a cessação das hostilidades e o diálogo".
Na ocasião, o chefe da diplomacia da UE manifestou ainda "necessidade absoluta de cessar imediatamente as hostilidades e referiu-se ao maior número de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial e ao inaceitável alvo e sofrimento da população civil, incluindo graves violações do Direito Humanitário Internacional".
E, de acordo com o Serviço Europeu de Ação Externa, ambos os responsáveis "concordaram que deve ser evitada uma crise humanitária em grande escala".
Para 01 de abril está marcada uma cimeira UE-China.
Pequim tem mantido uma posição ambígua em relação à invasão russa da Ucrânia, já que se recusou a condená-la, mas tentou distanciar-se da guerra de Putin, apelando ao diálogo e ao respeito pela soberania dos outros países.
Por um lado, a China defendeu que a soberania e a integridade territorial de todas as nações devem ser respeitadas - um princípio de longa data da política externa chinesa e que pressupõe uma postura contra qualquer invasão -, mas ao mesmo tempo opôs-se às sanções impostas contra a Rússia e apontou a expansão da NATO para o leste da Europa como a raiz do problema.
Hoje mesmo, o ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, disse que Pequim "já está a mediar" o conflito na Ucrânia e que vai fazer esforços para oferecer assistência humanitária, o que "não deve ser politizado".
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que, segundo as autoridades de Kiev, já fez mais de 2.000 mortos entre a população civil.
Os ataques provocaram também a fuga de mais de 1,7 milhões de pessoas para os países vizinhos, de acordo com a ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com