Cruz Vermelha ucraniana pede acordo entre as partes para ajudar civis
A Cruz Vermelha da Ucrânia pediu hoje um "acordo bilateral entre as partes do conflito armado" para ser possível estabelecer corredores humanitários que permitam levar ajuda às populações e retirar civis de zonas de combate no país.
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Mundo Guerra
A declaração surge após tentativas falhadas de criação dos corredores humanitários ao fim de 12 dias de combates na Ucrânia, apesar de terem sido aprovados por negociadores russos e ucranianos.
"A Sociedade da Cruz Vermelha da Ucrânia não tem o direito independente de organizar 'corredores verdes', mas ajuda as autoridades locais e estatais na coordenação da retirada de civis", disse o diretor-geral da organização num comunicado citado pela agência de notícias Interfax-Ucrânia.
Maksym Dotsenko disse que cabe ao Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV), "com os contactos potenciais e apropriados com todas as partes em conflito", organizar os "corredores verdes".
O CICV "está pronto a cumprir o seu papel de intermediário neutro e a prestar apoio dentro das suas capacidades", acrescentou.
A criação de corredores humanitários foi decidida em 03 de março, na segunda ronda de negociações sobre a guerra desencadeada pela invasão russa da Ucrânia.
Os negociadores voltaram a discutir a questão hoje, na Bielorrússia, e a delegação ucraniana deu conta de "alguns resultados positivos" sobre os corredores humanitários.
"Alcançámos alguns resultados positivos no que diz respeito à logística dos corredores humanitários", disse Mykhailo Podoliak, assessor da presidência ucraniana, na sua conta na rede social Twitter.
Os militares russos anunciaram hoje a abertura de vários corredores humanitários para retirar civis das cidades de Kharkhiv, Kiev, Mariupol e Sumy.
A Rússia disse que transmitiu esta informação às estruturas da ONU, da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) e do CICV.
Mas a Ucrânia acusou a Rússia de ter continuado com os bombardeamentos naquelas regiões, impossibilitando a "saída segura de comboios humanitários que transportam cidadãos ucranianos e estrangeiros, bem como a entrega de medicamentos e alimentos".
Um porta-voz do CICV em Genebra disse à agência francesa AFP que a operação na cidade portuária de Mariupol (sudeste) falhou "porque não houve acordo sobre rotas seguras para fora da cidade e porque as hostilidades tinham recomeçado".
A Rússia invadiu novamente a Ucrânia em 28 de fevereiro, oito anos depois de ter anexado a península da Crimeia, no sudeste do país.
Após 12 dias de combates, o número de vítimas militares e civis está por contabilizar, mas poderá ser da ordem dos milhares, segundo diversas fontes.
A guerra também levou 1,7 milhões de pessoas a fugir da Ucrânia para os países vizinhos, naquela que é a crise de refugiados com o crescimento mais rápido na Europa desde a Segunda Guerra Mundial, segundo a ONU.
A invasão foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas contra Moscovo.
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