As milícias Codeco "mataram 12 pessoas" na paróquia católica de Kilo, onde pessoas deslocadas tinham fugido da violência numa aldeia vizinha, disse Jean-Pierre Basiloko, responsável da sociedade civil na zona de Banyali-Kilo, citado pela agência France-Presse (AFP).
"Estes milicianos atacaram-nos por volta das 05:30 [03:30 em Lisboa], começaram a disparar tiros, nós trancámo-nos em casa. Entraram num dos apartamentos onde os deslocados dormiam (...) Depois de saírem, encontrámos 12 corpos", disse um funcionário da igreja à AFP.
Segundo o responsável, várias pessoas "fugiram para o mato". "Esperamos que todos eles estejam vivos", acrescentou.
Os militares intervieram e a intervenção ainda decorria na paróquia, onde vivem cerca de 1.000 pessoas deslocadas, disse a fonte.
Nas proximidades, os milicianos "mataram mais quatro pessoas" enquanto outros dois morreram devido aos ferimentos, referiu Basiloko, acrescentando que as milícias atacaram primeiro uma posição do exército congolês perto desta paróquia, onde avançaram depois de terem sido repelidas pelos militares.
A milícia Codeco é um grupo armado estruturado em torno de uma seita religiosa. Alegam defender a tribo Lendu, uma das comunidades de Ituri, contra o exército e a tribo Hema.
Segundo as Nações Unidas e as autoridades congolesas, os seus milicianos estão por detrás da maior parte da atual violência em Ituri, especialmente na sua parte norte desde o final de 2017.
A província de Ituri, tal como a vizinha Kivu do Norte, está sob um estado de sítio, o que dá pleno poder aos militares e visa parar a atividade dos grupos armados.
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