A central de Chernobyl, que foi cenário do maior acidente nuclear da história, em 1986, "foi completamente desligada da rede elétrica devido às ações militares do ocupante russo. O local não tem mais fornecimento de energia", escreveu a empresa ucraniana na rede social Facebook.
Com a ofensiva russa em curso no território ucraniano, "não há possibilidade de restabelecer as linhas" de energia, declarou a operadora.
A central nuclear de Chernobyl, localizada numa zona de exclusão, inclui reatores desativados e instalações de resíduos radioativos.
A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA - o organismo da ONU para as questões nucleares com sede em Viena - não reagiu, até ao momento, a esta informação.
Poucas horas antes, a organização tinha indicado que "a transmissão remota de dados dos sistemas de controlo" instalados no local "tinha sido cortada".
A AEIA estava a referir-se às câmaras de vigilância e a outros equipamentos colocados no local no âmbito do seu programa de monitorização da natureza pacífica dos programas nucleares a nível mundial.
Mais de 200 técnicos e guardas estão retidos no local, estando a trabalhar há 13 dias consecutivos sob vigilância russa.
A AIEA pediu à Rússia que permita a rotatividade dos funcionários, argumentando que o descanso e os horários fixos são essenciais para a segurança do local.
"Estou profundamente preocupado com a situação difícil e de 'stress' em que se encontram os funcionários da central nuclear de Chernobyl e os riscos potenciais que isso acarreta para a segurança nuclear", alertou o diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi.
Grossi já se ofereceu por diversas vezes para visitar a Ucrânia e estabelecer uma estrutura que garanta a segurança das instalações nucleares durante o atual conflito.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que, segundo os mais recentes dados da ONU, fez pelo menos 406 mortos e mais de 800 feridos entre a população civil e causou a fuga de mais de dois milhões de pessoas para os países vizinhos.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que está a responder com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e financeiras a Moscovo.
O Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a "operação militar especial" na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.
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