Marimba é uma iniciativa da produtora portuguesa Soundsgood que obteve financiamento no Programa Procultura, da União Europeia e do Instituto Camões.
Em comunicado, a Soundsgood explica que Marimba é um "projeto de intervenção socioeconómico" que abrangerá "todos os elos da cadeia de valor do setor da música" -- da investigação à internacionalização - daqueles quatro países da lusofonia.
Em Angola e Moçambique será feita uma "pesquisa exaustiva" sobre o património musical em arquivos públicos -- de instituições e rádios estatais -- e também em arquivos privados.
Na Guiné-Bissau e em Timor-Leste, o trabalho será sobretudo na área da antropologia e etnomusicologia, "de pesquisa na recolha de sonoridades musicais no terreno, com gravações de campo".
No âmbito deste projeto, que durará três anos, está prevista a edição de 11 coletâneas discográficas, assim como a publicação de livros com letras e partituras de "compositores de relevância" e de trabalhos de investigação científica.
"Centrando-se prioritariamente na área da música, o projeto pretende promover o conhecimento e a valorização do património musical dos países participantes, nas mais variadas valências", lê-se no comunicado.
A produtora explica que o foco estará centrado em acervos musicais produzidos no período entre 1945 e 1986 e que está prevista a sua digitalização, promoção e distribuição internacional.
O projeto Marimba irá ainda "incentivar a criação artística contemporânea de jovens músicos" daqueles quatro países e "criar empregos junto das jovens mulheres, historicamente arredadas da produção musical".
Está prevista a criação de uma plataforma digital de divulgação do projeto, de uma empresa de agenciamento e distribuição (Marimba Booking), de um programa de investigação e classificação (Marimba Heritage) ou ainda de uma editora (Marimba Sounds) com sede em Moçambique.
O Marimba é apadrinhado por cinco 'embaixadores' culturais: Paulo Flores e Nástio Mosquito (Angola), Manecas Costa (Guiné-Bissau), Stewart Sukuma (Moçambique) e Etson Caminha (Timor-Leste).
O programa Procultura, para os países africanos de língua oficial portuguesa e para Timor-Leste é financiado pela União Europeia, cofinanciado e gerido pelo Camões, Instituto da Cooperação e da Língua, contando também com o cofinanciamento da Fundação Calouste Gulbenkian.
Tem como objetivo contribuir para a criação de emprego em atividades geradoras de rendimento na economia cultural e criativa nos PALOP e Timor-Leste.
As atividades apoiadas podem incluir a investigação artística, criação de novas produções ou obras artísticas, nomeadamente em regime de residências, programação de produções ou obras preexistentes, iniciativas de caráter formativo e de capacitação e ações específicas de envolvimento e desenvolvimento de públicos.
Leia Também: Vem aí o novo festival de musica em Lisboa: O Spring Sound Fest