Herzog deverá reunir-se com o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, em Ancara, antes de viajar para Istambul, onde tem encontros agendados com membros da comunidade judaica da Turquia.
A Turquia e Israel já foram aliados próximos, mas a relação degradou-se com Erdogan no poder, um crítico assumido das políticas de Israel em relação aos palestinianos.
Israel também se indignou com o apoio manifestado por Erdogan ao Hamas, o movimento político e militar que controla a Faixa de Gaza e que o Estado judaico considera um grupo terrorista.
Ambos países retiraram os seus respetivos embaixadores em 2010, depois de as forças israelitas terem atacado um barco que transportava ajuda humanitária para os palestinianos que quebrou um bloqueio israelita. O incidente resultou na morte de nove ativistas turcos.
As relações voltaram a romper-se em 2018, quando a Turquia, condenando a mudança da embaixada dos Estados Unidos em Israel para Jerusalém, voltou a cortar relações e retirou o seu embaixador, levando Israel a responder em reciprocidade.
Até hoje, os dois países não voltaram a ter representantes diplomáticos.
Os passos para uma aproximação com Israel surgem numa altura em que a Turquia, assolada por graves problemas económicos, tem tentado pôr fim ao seu isolamento internacional, normalizando laços com vários países da região do Médio Oriente, incluindo o Egito, os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita.
"Não vamos concordar em tudo. A relação entre Israel e a Turquia certamente conheceu os seus pontos altos e baixos e momentos nada simples nos últimos anos. Mas tentaremos retomar as nossas relações e construí-las de forma ponderada e cautelosa, e com respeito mútuo entre os nossos Estados", disse Herzog antes da sua partida.
Em Istambul, um grupo de cerca de 150 pessoas, a maioria membros de grupos pró-islamitas, incluindo o que organizou a ajuda humanitária a Gaza que quebrou o bloqueio israelita em 2010, protestaram contra a visita de Herzog, entoando 'slogans' anti-israelitas e erguendo cartazes chamando o Presidente de Israel de "assassino".
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