"Estamos a trabalhar para garantir a estabilidade, a tranquilidade deste povo. Aquilo que aconteceu a 01 de fevereiro deixou uma marca negra naquilo que este Governo está a fazer. Mas pensamos que criando condições o país está em condições de avançar", afirmou Nabiam.
O primeiro-ministro guineense falava à imprensa após uma visita que efetuou a três subestações do projeto OMVG (Organização para Valorização da bacia do rio Gâmbia, sigla em francês) e que abrange a Guiné-Conacri, a Guiné-Bissau, o Senegal e a Gâmbia, e que deverá permitir a eletrificação do país até ao final do ano.
Questionado sobre a conferência que o país vai realizar na Bolsa de Turismo de Lisboa, que decorre entre 16 e 20 de março, em Lisboa, para captar investimento para o setor, Nuno Gomes Nabiam disse que a Guiné-Bissau vai "estar em condições de apresentar a realidade, as potencialidades em termos de turismo e garantir ao mundo que o país é estável para investir".
"Porque isso é fundamental. Mostrar às pessoas que os guineenses não são violentos, nós não temos essa cultura, queremos criar uma cultura de paz e estabilidade, garantindo que podem vir trabalhar e investir na Guiné-Bissau, sobretudo no que diz respeito ao turismo", afirmou.
Em 01 de fevereiro, homens armados atacaram o Palácio do Governo da Guiné-Bissau, onde decorria um Conselho de Ministros, com a presença do Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, e do primeiro-ministro, Nuno Nabiam, e de que resultaram oito mortos.
O Presidente guineense considerou tratar-se de uma tentativa de golpe de Estado e apontou o ex-chefe da Marinha José Américo Bubo Na Tchuto, Tchamy Yala, também ex-oficial, e Papis Djemé como os principais responsáveis.
Os três homens foram presos em abril de 2013 por agentes da agência antidroga norte-americana (DEA) a bordo de um barco em águas internacionais na costa da África Ocidental e cumpriram pena de prisão nos Estados Unidos da América.
Os três alegados responsáveis pela tentativa de golpe de Estado foram detidos, segundo o Presidente guineense.
A Guiné-Bissau é um dos países mais pobres do mundo, com cerca de dois terços dos 1,8 milhões de habitantes a viverem com menos de um dólar por dia, segundo a ONU.
Desde a declaração unilateral da sua independência de Portugal, em 1973, sofreu quatro golpes de Estado e várias outras tentativas que afetaram o desenvolvimento do país.
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