O multimilionário oligarca russo Roman Abramovich foi incluído na lista de sanções do governo britânico, depois de muita pressão para que um dos maiores investidores do futebol inglês fosse afastado do país.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, anunciou que Abramovich, assim como mais seis empresários (nos setores da energia e bancário) estão proibidos de fazer transações com empresas e indivíduos no Reino Unido, estão impedidos de viajar de e para o país, entre outras sanções económicas.
Citado pela Reuters, Johnson disse que "não há paraísos para aqueles que apoiaram Putin neste ataque doentio na Ucrânia".
BREAKING: Roman Abramovich sanctioned by the British Government pic.twitter.com/Mcqttvvafl
— Bill Browder (@Billbrowder) March 10, 2022
No Twitter, a secretária de Estado do Reino Unido, Nadine Norris, acrescentou que os ataques de Putin na Ucrânia estão a atingir "novos níveis de maldade a cada hora", pelo que "o governo anuncia mais sanções contra indivíduos ligados ao governo Russo", isolando Roman Abramovich.
"As sanções de hoje terão obviamente um impacto no Chelsea e nos seus fãs. Estamos a trabalhar para garantir que o clube e o futebol nacional não sejam desnecessariamente danificados por estas sanções importantes", vincou a diplomata.
Abramovich ainda é dono do Chelsea, que cresceu exponencialmente durante este século graças ao dinheiro do empresário, mas o clube londrino foi posto à venda.
Durante a invasão, na primeira ronda de negociações entre a Rússia e a Ucrânia, Roman Abramovich chegou a viajar até à Bielorrússia para apoiar o Kremlin nas negociações.
As viagens do empresário têm deixado um sabor amargo na oposição ao governo e na opinião pública. Abramovich tem vários passaportes, incluindo o britânico e o português, o que permitiu que, até agora, e apesar das sanções impostas a empresas russas, o oligarca pudesse aterrar e deslocar normalmente através de aviões privados.
Em Portugal, a comentadora e antiga eurodeputada socialista Ana Gomes criticou rispidamente a forma como Abramovich usou a sua ascendência judaica para aceder à nacionalidade portuguesa, através das alterações à Lei da Nacionalidade em 2015. Ana Gomes chegou a classificar o processo como uma "pouca-vergonha atentatória da dignidade nacional" e pediu que fosse iniciado um processo para remover a nacionalidade ao oligarca.
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