"Iremos necessariamente perguntar aos nossos militares, porque nós, como vós, não temos informações claras sobre o que aconteceu e, 'a priori', os militares dar-nos-ão informações", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, numa conferência de imprensa, citado pela agência francesa AFP.
No entanto, o MNE russo Sergey Lavrov disse hoje, após reunião com o homólogo ucraniano, que instituição de saúde já estaria a ser ocupada por “radicais” ucranianos e não havia pacientes internados. "Tentámos a via diplomática antes de atacar a maternidade", frisou.
Lavrov confirmou que foram discutidos “assuntos humanitários” e os “passos que os militares estão a dar no terreno de modo a tornar a situação mais fácil para os civis”, que diz estarem a “ser usados como escudos humanos e como reféns pelos batalhões nacionalistas”.
Desde que iniciou a guerra na Ucrânia, em 24 de fevereiro, a Rússia tem sempre desmentido que esteja a atacar infraestruturas civis e acusa as forças ucranianas de as utilizarem como escudos humanos.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) disse ter confirmado 18 ataques a instalações médicas desde que a invasão russa começou há duas semanas.
As autoridades ucranianas denunciaram o bombardeamento de um edifício que abrigava uma maternidade e um hospital pediátrico em Mariupol, porto estratégico no Mar de Azov (sudeste).
O município de Mariupol anunciou hoje que "três pessoas morreram, incluindo uma menina", no ataque russo.
Numa informação anterior, divulgada na quarta-feira, as autoridades tinham dado conta de 17 feridos.
Num comunicado separado, o município de Mariupol disse que uma quarta pessoa foi igualmente atingida num ataque na manhã de hoje.
"As tropas russas estão a destruir deliberada e implacavelmente a população civil de Mariupol", disse o município, numa mensagem divulgada na rede social Telegram.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, considerou o ataque um "crime de guerra".
A invasão da Ucrânia, iniciada há duas semanas, provocou um número por determinar de mortos e feridos, bem como a fuga de mais de 2,1 milhões de pessoas para os países vizinhos.
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