Sánchez diz que ataque a hospital em Mariupol constitui crime de guerra

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, considerou hoje que o bombardeamento de hospitais ucranianos pelas forças russas, como aconteceu com uma maternidade em Mariupol, constitui "um crime de guerra" que não pode ficar impune.

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© Reuters

Lusa
10/03/2022 12:05 ‧ 10/03/2022 por Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

As autoridades daquela cidade portuária anunciaram hoje que três pessoas, incluindo uma criança, morreram no bombardeamento russo que atingiu um hospital pediátrico em Mariupol, no leste da Ucrânia.

O relatório publicado no dia anterior pelas autoridades dava conta de 17 pessoas feridas.

Num comunicado separado, o município acrescentou que uma quarta pessoa foi igualmente atingida num ataque na manhã de hoje.

"Vemos como eles [russos] estão a bombardear hospitais, estão a atacar a sociedade civil de forma indiscriminada, claramente violando os direitos humanos e provavelmente cometendo crimes de guerra, e esses crimes de guerra não podem ficar impunes", sublinhou Sánchez, durante uma visita a um centro de acolhimento de refugiados ucranianos em Pozuelo de Alarcon, perto de Madrid.

Os bombardeamentos aéreos sobre a cidade de Mariupol continuaram hoje de manhã, causando pelo menos um morto, segundo o exército ucraniano.

"Má manhã em Mariupol novamente. Ataque aéreo numa cidade pacífica novamente. Às 08:00 (06:00 em Lisboa) na área da Avenida Budivelnikov, as forças de ocupação russas dispararam, a partir de aviões, contra moradores de Mariupol", disse o exército numa mensagem divulgada na rede Telegram.

"Os nazis continuam a destruir Mariupol, mas a cidade não vai render-se ao inimigo", acrescenta a mensagem.

Uma outra mensagem divulgada pouco depois adiantava terem sido destruídos vários edifícios residenciais.

"As tropas russas estão a destruir, deliberada e implacavelmente, a população civil de Mariupol", considerou hoje o município, que divulgou, na quarta-feira, terem sido mortos mais de 1.200 habitantes locais em nove dias de cerco russo à cidade.

O chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, justificou hoje o bombardeamento daquele hospital pediátrico devido ao facto de o edifício servir de base para um grupo de extremistas ucranianos.

"Esta maternidade foi tomada há muito tempo pelo grupo Azov e outros radicais", declarou Lavrov, acrescentando que os pacientes e o pessoal médico e administrativo tinham sido expulsos do local por elementos daquele grupo.

A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 516 mortos e mais de 900 feridos entre a população civil e provocou a fuga de mais de 2,1 milhões de pessoas para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.

Leia Também: Países que armam Kiev são responsáveis por ações perigosas, diz Lavrov

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