África do Sul diz ter sido abordada para mediar conflito na Ucrânia
O Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, anunciou hoje que a África do Sul foi abordada para mediar no conflito entre a Federação Russa e a Ucrânia.
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Mundo Cyril Ramaphosa
"O Presidente Putin apreciou a nossa abordagem equilibrada, acreditamos que esta posição permite que ambas as partes sujeitem o conflito à mediação e negociação", disse Ramaphosa na rede social Twitter.
"Com base nas nossas relações com a Federação Russa e como membro do BRICS, a África do Sul foi abordada para desempenhar um papel de mediação", revelou.
BRICS é um grupo de economias emergentes que integra o Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
O chefe de Estado sul-africano salientou que telefonou hoje ao seu homólogo russo, Vladimir Putin, no sentido de "obter uma perspetiva da situação que se está a desenrolar entre a Rússia e a Ucrânia".
"Descrevi a nossa posição sobre o conflito que se desenrolou, bem como a nossa convicção de que o conflito deve ser resolvido por meio de mediação e negociação entre as partes e - se necessário - com a ajuda de agências que podem ajudar a encontrar uma solução para o conflito, ", disse Ramaphosa no Twitter.
Na segunda-feira, o Presidente Cyril Ramaphosa defendeu que Pretória está "firmemente do lado da Paz", apelando à "negociação pacífica" através da Organização das Nações Unidas (ONU) no conflito entre a Rússia e a Ucrânia.
"Houve quem dissesse que, ao se abster na votação condenando a operação militar da Rússia na Ucrânia, a África do Sul se colocou do lado errado da história. No entanto, a África do Sul está firmemente do lado da paz num momento em que outra guerra é algo que o mundo não precisa, nem pode pagar", frisou Ramaphosa, na sua newsletter semanal.
O Presidente Ramaphosa explicou que Pretória absteve-se na semana passada na votação da resolução das Nações Unidas, que condenou a invasão russa da Ucrânia, "porque a resolução não colocou em primeiro plano o apelo a um envolvimento significativo".
O chefe de Estado sul-africano considerou que "o apelo à negociação pacífica está alinhado com os valores sobre os quais a ONU foi fundada".
"Estamos particularmente preocupados que o Conselho de Segurança da ONU não tenha sido capaz de cumprir a sua responsabilidade de manter a paz e a segurança", considerou.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 516 mortos e mais de 900 feridos entre a população civil e provocou a fuga de mais de 2,1 milhões de pessoas para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
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