Zelensky acusa Moscovo de atacar corredor humanitário para Mariupol

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou hoje o Exército russo de impedir a retirada de civis das cidades sitiadas no sudeste da Ucrânia e de realizar ataques à rota prevista para o corredor humanitário de Mariupol.

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© Getty Images

Lusa
11/03/2022 07:22 ‧ 11/03/2022 por Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

"As tropas russas não param de disparar. Apesar de tudo, decidi enviar um comboio de veículos para Mairupol, com comida, água e medicamentos", revelou através de um vídeo.

O chefe de Estado ucraniano considerou estas ações russas um "terror presumido e descarado" feito por "terroristas experientes".

Volodymyr Zelensky adiantou que 100.000 pessoas conseguiram sair nos últimos dias de outras cidades ucranianas envolvidas em confrontos devido à invasão russa.

Só esta quinta-feira, 40.000 pessoas saíram das suas cidades através dos corredores humanitários, acrescentou.

O Exército russo mantém o cerco de várias grandes cidades ucranianas e continua os seus bombardeamentos, como o que atingiu um hospital pediátrico e uma maternidade, na quarta-feira, em Mariupol, cidade com um porto estratégico no mar de Azov, que está sitiada há dez dias.

A Rússia revelou na quinta-feira que vai abrir corredores humanitários todos os dias para permitir que os refugiados ucranianos cheguem a território russo.

"Anunciamos oficialmente que os corredores humanitários para a Federação Russa vão ser abertos unilateralmente, sem coordenação, todos os dias a partir das 10:00 [07:00, em Lisboa]", disse o Ministério da Defesa russo, segundo agências de notícias russas.

Os corredores virados para "outras direções serão negociados com o lado ucraniano", acrescentou.

As autoridades da Ucrânia defendem que os corredores humanitários sejam para dentro do seu país rumo ao Ocidente e abriram na quinta-feira mais sete corredores para retirar os civis de algumas das cidades mais importantes do país.

As travessias que passaram a ser seguras estão localizadas em Mariupol, uma das cidades do sudeste da Ucrânia que mais tem sofrido com o cerco russo, além de Volnovaja, Izium, Sumi, Trostianets e Krasmopil.

As autoridades também se estão a esforçar para garantir rotas seguras para a saída da população das cidades em redor da capital: Bucha, Borodianka, Irpin e Gostomel, indicou a vice-primeira-ministra e ministra para a Reintegração dos Territórios Temporariamente Ocupados da Ucrânia, Iryna Vereshchuk, citada pela agência nacional ucraniana Ukrinform.

A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 516 mortos e mais de 900 feridos entre a população civil e provocou a fuga de mais de 2,1 milhões de pessoas para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.

Leia Também: Ucrânia. Nem todas as empresas ocidentais cortam laços com a Rússia

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