"Se vocês virem que as pessoas querem ir voluntariamente, que não seja por dinheiro, e queiram ajudar aqueles que vivem em Donbass (leste da Ucrânia) devem saber quem são e ajudá-los a juntarem-se na zona de combate", disse Putin em resposta a uma proposta do ministro da Defesa da Rússia.
Putin disse também ao ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, para incentivar o envio para as forças separatistas do leste ucraniano de todo o tipo de armamento "retirado à Ucrânia, em particular o (material bélico) de fabrico ocidental".
De acordo com uma nota do Kremlin, o ministro da Defesa afirma ainda que tem conhecimento de "mais de 16 mil 'inscrições'" de pessoas que apoiaram a Rússia nos combates contra o grupo Estado Islâmico.
"Querem fazer parte do que consideram 'movimento de libertação'", disse Shoigu referindo-se às regiões separatistas do leste ucraniano.
De acordo com o presidente da Rússia a medida justifica-se porque "os patrocinadores do regime ucraniano nem sequer escondem" e enviam abertamente "mercenários de tudo o mundo" para a Ucrânia.
Kiev anunciou a criação de uma "legião estrangeira" de voluntários integrada nas forças armadas para combater as forças russas que invadiram o país.
A Rússia tem sido acusada nos últimos anos de recorrer a empresas de paramilitares privados, como o grupo Wagner, em presença nos conflitos do Mali, República Centro Africana ou Síria.
O grupo Wagner também foi acusado de envolvimento na rebelião separatista no leste da Ucrânia, em 2014.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 406 mortos e mais de 800 feridos entre a população civil e provocou a fuga de mais de dois milhões de pessoas para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
[Notícia atualizada às 10h16]
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