A rede de energia que alimenta a central nuclear de Chernobyl - cenário do maior acidente nuclear da história em 1986 - foi novamente danificada pelas forças russas, menos de 24 horas depois de ser restaurada.
A informação é confirmada, numa publicação feita no Facebook, pela empresa estatal de energia da Ucrânia, NPC Ukrenergo, que indica que a "linha que alimenta a central nuclear de Chernobyl e a cidade de Slavutych foi novamente danificada pelos ocupantes [russos] depois de a equipa de reparos de Ukrenergo a ter consertado".
"Ontem, 13 de março, a equipa de reparos de Ukrenergo reparou a linha de alta tensão que abastece a central nuclear de Chernobyl e a cidade de Slavutych. Às 19h07, a Ukrenergo começou a alimentar a linha para restaurar a energia na infraestrutura de Chernobyl e a cidade de Slavutych. No entanto, antes que o fornecimento de energia fosse totalmente restaurado, as forças de ocupação danificaram a rede novamente. A equipa de reparos da NPC Ukrenergo terá de se dirigir novamente ao território ocupado perto da central nuclear de Chernobyl, para encontrar e reparar novos danos à linha", escreve a empresa ucraniana.
A Ukrenergo alerta que a central nuclear não pode ficar sem uma fonte de energia "fiável". "O fornecimento de energia dos residentes de Slavutych também depende das linhas de energia da central nuclear. Portanto, o acesso livre e rápido das equipas de reparação da Ukrenergo a estas linhas para inspeções e reparações é extremamente importante não só para os consumidores ucranianos mas também para a Europa como um todo", avisa a empresa.
A central nuclear de Chernobyl, localizada numa zona de exclusão, inclui reatores desativados e instalações de resíduos radioativos. Foi tomada por forças russas na semana passada.
Mais de 200 técnicos e guardas estão retidos no local, estando a trabalhar sob vigilância russa. No entanto, a fadiga e pressão que estes funcionários começam a acusar comprometem a segurança nuclear em Chernobyl.
A central nuclear tem vindo a ser desativada desde o acidente de 1986 mas permanecem quantidades significativas de material nuclear em várias instalações do local sob a forma de combustível irradiado e outros resíduos radioativos.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 564 mortos e mais de 982 feridos entre a população civil.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
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