Sri Lanka assinala 20.º aniversário do tsunami mais mortífero da história

O Sri Lanka lembrou hoje com dois minutos de silêncio e uma viagem de comboio as 35 mil pessoas que morreram no país, devido ao tsunami no oceano Índico há 20 anos.

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© ISHARA S. KODIKARA/AFP via Getty Images

Lusa
26/12/2024 07:59 ‧ há 12 horas por Lusa

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Sri Lanka

A 26 de dezembro de 2004, um sismo de magnitude 9,1 ao largo da costa ocidental da ilha indonésia de Samatra gerou ondas gigantescas que varreram a Indonésia, o Sri Lanka, a Índia, a Tailândia e nove outros países do oceano Índico, fazendo vítimas até nas Maldivas e na distante Somália.

 

Além dos mortos, o tsunami deixou cerca de cinco mil desaparecidos no Sri Lanka, nação de 22 milhões de habitantes.

O país observou dois minutos de silêncio e organizou dezenas cerimónias e eventos religiosos para não esquecer a tragédia.

Em Colombo, centenas de pessoas celebraram o que é atualmente conhecido no país como o Dia da Segurança com uma viagem de comboio entre a capital e a cidade de Galle.

Um percurso que percorre a costa sudoeste da ilha e passa pelo mesmo local onde há exatamente 20 anos um comboio com mais de mil passageiros a bordo foi levado pelas ondas do tsunami.

"O comboio parou no local onde parou há 20 anos e as pessoas foram até à estátua memorial para recordar aqueles que perderam a vida naquele dia. Mais de mil pessoas que viajavam no comboio atingido pelo tsunami foram sepultadas neste local", disse à agência de notícias EFE o monge budista Vimala Thero, que todos os anos organiza esta homenagem.

Kumudu Priyantha, um pai que perdeu quatro filhas e a mulher durante o desastre, também esteve no evento. A casa desta família ficava perto do local onde parava o comboio, conhecido como Ocean Queen Express (Expresso Rainha do Mar).

"O comboio parte de Colombo e chega aqui às 09:26 [03:56 em Lisboa], onde faz uma paragem de cerca de 15 minutos antes de seguir para Matara", disse Priyantha à EFE.

Apenas uma das filhas, com 07 anos na altura, sobreviveu ao tsunami juntamente com o pai.

O diretor do Centro de Gestão de Desastres do Sri Lanka disse que as autoridades organizaram cerca de 20 workshops para formar jovens na prevenção de riscos face a desastres naturais.

Pradeep Kodippili acrescentou que foram criados mecanismos de segurança para evitar novos desastres ou mitigar o impacto, através da implementação de sistemas de alerta precoce.

De acordo com peritos, a falta de um sistema de alerta devidamente coordenado em 2004 agravou as consequências da catástrofe.

Desde então, cerca de 1.400 estações em todo o mundo reduziram o tempo de alerta de tsunami para apenas alguns minutos.

No total, o tsunami causou 226.408 mortos, de acordo com a EM-DAT, uma base de dados mundial reconhecida sobre catástrofes. O país mais afetado foi a Indonésia, com 165.708 vítimas.

Na velocidade máxima, as ondas quebraram a quase 800 quilómetros por hora e atingiram alturas de até 30 metros, libertando uma energia equivalente a 23 mil vezes a potência da bomba atómica largada sobre a cidade japonesa de Hiroshima em 1945.

Leia Também: Novo governo de esquerda do Sri Lanka mantém acordo com FMI

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