Na carta, publicada na pagina da internet do Conselho Económico e Social (CES) português, o conselho tripartido ucraniano diz que "a Rússia é um país bárbaro" que "ignora princípios fundamentais do direito internacional".
"Isto não é sequer uma agressão militar(...), isto é o genocídio do povo ucraniano! É uma guerra terrorista!", afirma o CES ucraniano no texto em inglês, assumindo que esta é a posição dos parceiros sociais e do Governo.
O Conselho Nacional Económico e Social Tripartido da Ucrânia denuncia na carta que a Rússia continua a bombardear alvos civis e, lembrando os bebés que têm nascidos nos abrigos subterrâneos, defende que "nenhuma criança no mundo deve viver em guerra".
"As crianças não podem morrer na guerra", diz, considerando que "Isto é um mal absoluto que deve ser severamente punido".
Na mesma carta, o presidente do CES ucraniano, Anatolii Kinakh, salienta que pertencer à AICESIS implica o respeito mútuo da autonomia e independência dos seus membros e, por isso, considera que "este país agressor não tem direito moral para ser membro da Associação" e muito menos para a presidir.
A Federação Russa é a atual presidente da AICESIS, desde 2021 e até 2023.
"Os atos da Federação Russa não são compatíveis com a participação na Associação Internacional de Conselhos Económicos e Sociais e Instituições Similares (AICESIS)", diz o documento.
O CES ucraniano pede aos congéneres que retirem à Rússia o estatuto de membro da AICESIS.
A carta termina com um pedido de ajuda humanitária e financeira na defesa dos direitos humanos e de uma Ucrânia livre e independente e com um agradecimento aos homólogos europeus pelo apoio que têm manifestado ao seu país.
O Conselho Económico e Social (CES) português e os seus congéneres da União Europeia já suspenderam todas as atividades no âmbito da Associação Internacional dos Conselhos Económicos e Sociais e Instituições Similares, atualmente presidida pela Câmara Cívica da Federação Russa.
A Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 726 mortos e mais de 1.170 feridos, incluindo algumas dezenas de crianças, e provocou a fuga de cerca de 4,8 milhões de pessoas, entre as quais três milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
Leia Também: AO MINUTO: Autarca de Melitopol libertado; Teatro bombardeado em Mariupol