A resolução, que não utiliza a palavra "talibãs", descreve o novo mandato da missão política da ONU no Afeganistão (MANUA) durante um ano e foi aprovada com 14 votos a favor e a abstenção da Rússia.
Inclui igualmente várias vertentes de cooperação, no plano humanitário, no plano político e na defesa dos direitos humanos, em particular das mulheres, crianças e jornalistas.
"Este novo mandato da MANUA é fundamental não apenas para responder à crise humanitária e económica imediata, mas também para atingir o nosso objetivo primordial de paz e estabilidade no Afeganistão", declarou após a votação a embaixadora norueguesa na ONU, Mona Juul, cujo país redigiu o texto da resolução.
"O Conselho envia uma mensagem clara com este novo mandato: a MANUA tem um papel essencial a desempenhar na promoção da paz e da estabilidade no Afeganistão e para apoiar o povo afegão quando ele se confronta com desafios e uma incerteza sem precedentes", acrescentou a diplomata.
Os talibãs regressaram ao poder em Cabul a 15 de agosto de 2021, aproveitando a retirada militar dos ocidentais e a queda do Governo afegão por eles apoiado, após 20 anos de guerra sangrenta.
Um dos países mais pobres do mundo, o Afeganistão encontra-se à beira do colapso económico e a ONU lançou em janeiro deste ano, juntamente com organizações não-governamentais, planos conjuntos de ajuda humanitária de emergência a 22 milhões de afegãos afetados pela fome, a mais de nove milhões de afegãos deslocados e às comunidades locais que os acolhem em cinco países vizinhos.
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