"A Polónia é a favor de agravar as sanções contra a Rússia, que seja adicionada uma nova sanção por cada casa bombardeada na Ucrânia, porque a barbárie russa deve ser travada", disse o líder polaco em Batumi, uma cidade costeira do Mar Negro no sudoeste da Geórgia, onde chegou para uma visita de trabalho de um dia.
"A Rússia está a travar um ataque sem precedentes à Ucrânia" e "o povo da Ucrânia está hoje a lutar também pela Geórgia e pela Polónia", afirmou o primeiro-ministro.
Segundo ele, "os georgianos entendem bem os ucranianos, porque em 2008 a Rússia ocupou 20% dos territórios da Geórgia", aludindo ao reconhecimento de Moscovo da independência das regiões separatistas da Abcásia e da Ossétia do Sul.
Morawiecki disse ainda que "a Polónia apoiará o pedido da Tbilisi para uma entrada acelerada na União Europeia, uma vez que o lugar da Geórgia é na UE".
"Visitei pessoalmente a Ucrânia para apoiar o país e o seu povo e mostrar que não concordo com a política da Rússia", recordou o chefe do Governo polaco.
"A Polónia, a Geórgia e a Ucrânia estão numa posição difícil. Queremos viver em paz, mas o Kremlin não ouve", lamentou.
Morawiecki recordou que durante a guerra entre a Geórgia e a Rússia, em 2008, o então Presidente polaco, Lech Kaczynski, foi a Tbilisi com vários líderes europeus e disse: "hoje a Rússia atacou a Geórgia, mas amanhã pode ser a Ucrânia".
O primeiro-ministro da Geórgia, Irakli Garibashvili, por sua vez, recordou também que em 2008 o seu país viveu a tragédia que a Ucrânia atravessa hoje.
"A Geórgia pagou um preço alto. Vinte por cento do território do nosso país é ocupado pela Rússia, vivemos com o exército russo no nosso território", disse Garibashvili.
Tbilissi, sublinhou, dá agora à Ucrânia "apoio político e humanitário ativo em todas as plataformas internacionais", como na ONU, na UE, no Conselho da Europa, e apoia "a investigação de crimes de guerra na Ucrânia por um tribunal internacional".
A Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 726 mortos e mais de 1.170 feridos entre a população civil, incluindo algumas dezenas de crianças, e provocou a fuga de cerca de 4,8 milhões de pessoas, das quais três milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
Leia Também: Putin defende anexação da Crimeia em 2014 como uma decisão oportuna